Brasília - O fim dos conflitos entre israelenses e palestinos depende da mediação da comunidade internacional, incluindo os países árabes, segundo o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben. O diplomata disse à Agência Brasil que os palestinos “precisam de garantias internacionais” que assegurem a paz na Faixa de Gaza. Alzeben acrescentou que a cada dia os confrontos agravam a situação na região e a situação de vida dos palestinos. Segundo ele, a infraestrutura que era precária está cada vez pior.
Agência Brasil - As informações sobre a precariedade na região procedem?
Ibrahim Mohamed Khalil Alzeben - Sim. A cada dia a situação fica pior. Como estamos cercados por militares por terra, mar e ar, mais palestinos morrem ou ficam feridos. A cada dia tudo fica mais difícil porque falta infraestrutura, medicamentos e tudo mais. Temos de agir rápido, pois diariamente os problemas aumentam.
ABr - O senhor confia em um cessar-fogo mediado pela comunidade internacional?
Alzeben - Temos de chegar a um cessar-fogo e a um fim definitivo desse conflito. Essa guerra não pode seguir eternamente. Nossa intenção é acabar de forma definitiva com isso. Israel não pode continuar violando as leis internacionais. Para acabar com a guerra, a comunidade internacional precisa participar e nós queremos o reconhecimento de um Estado da Palestina.
ABr - O assunto deve ser tratado então na Organização das Nações Unidas (ONU)?
Alzeben - Sim. Queremos debater a questão na ONU para tentar definir a origem dos problemas, as raízes que motivaram esses conflitos. Queremos retomar o assunto do Estado da Palestina e sua criação.
ABr - A paz, então, também está condicionada ao reconhecimento do Estado da Palestina? Mas a atuação do Hamas não é independente?
Alzeben - Temos direito a um Estado da Palestina soberano e que garanta dignidade ao nosso povo. A comunidade internacional tem a responsabilidade de nos apoiar. Essa é uma garantia de paz. O Hamas ou qualquer outra organização palestina aceitará um cessar-fogo, se for negociado. Líderes de 57 países trabalham também pela paz. O importante é respeitar o direito internacional. Os israelenses não podem querer impor a visão deles por meio da força.
ABr - Há informações que os ataques são de lado a lado.
Alzeben - Nós só exigimos uma vida digna – um respeitando o outro. Não há nada contra os israelenses, o povo, nós só queremos ter direito a um Estado soberano e independente.