Terça-feira, 8 de agosto de 2017 - 07h18
A Coreia do Norte anunciou hoje (8) que China e Rússia, dois de seus aliados mais próximos, e outros países que apoiaram as últimas sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) contra o regime coreano por seus testes de mísseis, deveriam "sentir vergonha" e "pagar caro" por isso.
Em um texto publicado pela agência estatal de notícias Kcna, o regime lembrou que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerado pela Coreia do Norte como o principal promotor das sanções, "estendeu seu agradecimento à China e à Rússia por sua cooperação na adoção da resolução".
Os países que apoiaram as sanções, segundo os coreanos do norte, o fizeram "após abandonar suas crenças, suas consciência e obrigações, e deveriam sentir vergonha perante a consciência do mundo, deveriam refletir profundamente sobre os seus erros diante do tribunal severo da história e da humanidade e pagar caro por isso".
Sanções aprovadas por unanimidade
O documento também acusa os 15 países que integram o Conselho de Segurança da ONU, que apoiaram por unanimidade as sanções, de "estarem assustados pelas ameaças dos Estados Unidos”.
Não é habitual que a Coreia do Norte se dirija com tanta dureza aos governos da China e Rússia, dois membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU com direito a veto, mas que, assim como os outros 13 integrantes do órgão, deram autorização para as novas sanções.
O comentário parece refletir a deterioração das relações coreanas com seu entorno mais próximo diante da escalada de seus testes de armas e também sua raiva por esta nova punição da ONU.
A resolução - aprovada no sábado - reduz em até US$ 1 bilhão por ano os investimentos que o regime de Pyongyang obtém com as exportações.
O texto inclui o veto às exportações de carvão da Coreia do Norte, o que representará ao país a perda de US$ 401 milhões por ano; de ferro (US$ 250 milhões); chumbo (US$ 110 milhões) e mariscos (US$ 300 milhões), entre outras medidas contra empresas e entidades que apoiem os programas armamentistas do país.
As sanções da ONU são uma resposta ao primeiro míssil balístico intercontinental que o regime lançou no dia 4 de julho, um feito armamentista seguido pelo lançamento de um segundo projétil deste tipo em 28 de julho.
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