A Coreia do Norte informou que o lançamento de um foguete de longo alcance, realizado hoje (7), foi bem-sucedido e que colocou em órbita um satélite espacial de observação terrestre. O anúncio foi feito por meio da emissora de televisão estatal norte-coreana e, segundo a mensagem que foi lida por uma apresentadora, o "satélite de observação da terra Kwangmyong 4" está em órbita.
Fontes dos governos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos confirmaram o êxito da operação da Coreia do Norte, que é considerada pela comunidade internacional como um teste encoberto de mísseis balísticos.
No comunicado lido na televisão, a Coreia do Norte reclama o seu "direito legítimo" de "usar o espaço com fins pacíficos e independentes" e promete "lançar mais satélites no futuro", no seguimento da olítica de "dar prioridade à ciência e à tecnologia".
A emissora divulgou também imagens do líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, celebrando o êxito da operação ao lado de funcionários que estiveram na sala de comando.
Peritos da Coreia do Sul estimam que o foguete possa ter um alcance de mais de 10 mil quilômetros, uma distância superior à que separa a península coreana do território continental dos Estados Unidos.
Pyongyang realizou um teste nuclear em 6 de janeiro e havia anunciado na semana passada o lançamento, este mês, de um foguete transportando um satélite, que a maioria da comunidade internacional vê como uma dissimulação para um teste de mísseis balísticos, que viola resoluções do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU).
Reunião de emergência
O conselho da Organização das Nações Unidas (ONU) fará uma reunião de emergência hoje em Nova York por causa do lançamento do foguete, noticiou a agência AFP, citando fontes diplomáticas. A reunião foi pedida pelos Estados Unidos e pelo Japão, membros do Conselho de Segurança, e pela Coreia do Sul.
Em uma carta conjunta enviada à presidência do Conselho de Segurança, citada pela AFP, Estados Unidos e Japão ressaltam que "o lançamento hoje de um suposto 'satélite' pela Coreia do Norte viola resoluções da ONU" que proíbem Pyongyang de qualquer atividade balística ou nuclear.
A presidente sul-coreana, Park Geun-Hye, por sua vez, afirmou que "o Conselho de Segurança das Nações Unidas devia tomar rapidamente medidas punitivas fortes" contra a Coreia do Norte.
No sábado (6), o presidente norte-americano, Barack Obama, e o presidente chinês, Xi Jinping, concordaram em responder às “provocações da Coreia do Norte”. “Os líderes salientaram a importância de uma resposta internacional forte e unida às provocações da Coreia do Norte, incluindo por meio de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU com impacto”, informou a presidência norte-americana.