Da Agência Lusa / Agência Brasil
Beirute - Dezessete países, incluindo os Estados Unidos, a França e a Austrália, concordaram em receber um determinado contingente de refugiados sírios, anunciou hoje (2) a Organização das Nações Unidas (ONU). "Até agora, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) tem 17 países no programa de admissão humanitária para os refugiados sírios", disse o porta-voz regional da organização, Peter Kessler, à agência francesa AFP.
"Eles oferecem cerca de 10 mil lugares (ao todo), alguns já para 2014", acrescentou. A decisão surge depois de algumas críticas a países ocidentais por não participarem do esforço de acolhimento de cerca de 2 milhões de sírios que fogem da guerra civil.
Até agora, os vizinhos da Síria - o Líbano, a Turquia, Jordânia e o Iraque - absorveram a maioria dos refugiados, mas o fluxo constante esgotou os recursos disponíveis e causou algumas tensões. O problema é particularmente grave no Líbano, que regista atualmente pelo menos 760 mil refugiados. O número real de sírios no Líbano, que tem 4 milhões de habitantes, deve chegar a 1 milhão.
Com base nos programas de admissão humanitária, o Acnur vai avaliar a situação dos refugiados para serem enviados aos 17 países de acolhimento, dando prioridade aos mais vulneráveis, explicou Kessler. "A vulnerabilidade é definida com vários critérios", e inclui deficientes, famílias monoparentais (composta por apenas um dos progenitores: pai ou mãe), vítimas de agressões sexuais e outros abusos.
O número de refugiados que cada um dos 17 países vai receber ainda não foi decidido. A França poderá receber até 1.200 pessoas e a Suécia anunciou que vai conceder vistos de residência aos refugiados síros já no país, mas não aceitará pedidos nas embaixadas. Desde o início do ano passado, a Suécia recebeu perto de 14.700 pedidos de refúgio de cidadãos sírios.
Mais de 115 mil pessoas morreram na guerra civil síria desde março de 2011, de acordo com o Observatório Sírio dos Direitos Humanos. Dois milhões de sírios vivem atualmente como refugiados em diferentes países, e milhões são deslocados internos.