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Dilma 'consagraria Estado na economia', diz 'El País'



BBC Brasil

Uma reportagem publicada nesta quarta-feira no jornal espanhol El País avalia que o projeto político que a pré-candidata e ministra Dilma Rousseff, que será apresentado em um encontro nacional do PT nesta semana, "consagra uma maior e mais decisiva presença do Estado na economia brasileira".

A nota é assinada pelo correspondente do jornal no Rio de Janeiro, Juan Arias, que também escreve uma análise para a página da publicação na internet. Nela, o jornalista avalia que a ministra está "mais à esquerda" e é "mais estatizante" que Lula.

"Para Rousseff, o grande desafio, se ganhar as eleições será 'superar o peso de 25 anos de estancamento da economia e das políticas econômicas'. Nesses 25 anos coloca também os oito do governo Lula, embora seja rápida para notar que ‘com Lula aprendemos o caminho", escreve o analista, em sua nota na internet.

A atual ocupante da pasta da Casa Civil será proclamada como candidata do PT à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante o 4º Encontro Nacional do partido, entre os dias 18 e 20 próximos.

"Para Rousseff, ex-guerrilheira, mais à esquerda de Lula, o Brasil necessita de um Estado mais forte na economia, não apenas para atrair investimentos, mas para realizar obras", analisa Juan Arias.

Entre os objetivos que requereriam uma maior intervenção estatal estaria a universalização do acesso a serviços básicos (27% da população ainda necessita de saneamento, segundo a matéria), a melhora da segurança pública e o aumento da oferta de moradias.

Celso Amorim

O artigo no jornal impresso acompanha uma entrevista de página inteira com o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim. Nela, o ministro diz que "seria um erro pensar que são os Estados Unidos quem estão resolvendo a crise no Haiti".

Amorim lembra que o Brasil elevou de 2,2 mil para 2,6 mil o efetivo de militares realizando tarefas humanitárias e de paz na nação caribenha, e conta que o país está, junto com o Chile, estudando um projeto para reconstruir a sede do Palácio Presidencial, que veio abaixo no terremoto de janeiro.

Amorim também relata o impasse desde a eleição de Porfírio Lobo para a presidência de Honduras, que desagradou o governo brasileiro.

Questionado se o Brasil reconhece o novo governo – o país queria a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya –, o ministro respondeu: "O processo de reconciliação não está encerrado e uma boa medida seria a de permitir que Zelaya possa voltar a participar da vida política em seu país."

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