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Empresas de petróleo na mira do 'socialismo' de Chávez


Agência O Globo CARACAS - O novo ministro das Finanças da Venezuela, Rodrigo Cabezas, deu mais detalhes sobre o projeto de nacionalização que o presidente Hugo Chávez pretende adotar para levar adiante seu mote "Pátria, socialismo ou morte". O ministro confirmou que o governo deverá nacionalizar quatro projetos petrolíferos da Faixa do Orinoco (uma das maiores reservas de petróleo do mundo), se fracassarem as negociações para que o Estado venezuelano tenha uma maior participação nos lucros das multinacionais de petróleo que atuam na região. Foram citados empreendimentos de seis empresas americanas e européias: British Petroleum, Exxon Mobil, Chevron Texaco, ConocoPhillips, Total e Statoil. O ministro não citou a Petrobras, que opera na Venezuela, mas não na Faixa de Orinoco. - Essas empresas são responsáveis por quatro projetos nos quais o governo não possui um contrato satisfatório - disse Cabezas. O ministro venezuelano negocia desde o ano passado com os consórcios dos quatro projetos para eles formarem empresas mistas, nas quais a estatal PDVSA teria maioria acionária. A Petrobras já havia declarado que, desde o início do ano passado, seus contratos foram adequados à legislação venezuelana e, por isso, as reformas não alterariam as atividades da companhia naquele país. Cabezas disse que o governo vai estatizar todas as companhias de energia, incluindo a maior delas, a Electricidad de Caracas (EDC), de propriedade de uma empresa dos Estados Unidos, a AES. Chávez já havia dito que nacionalizaria o setor energético, mas, pela primeira vez, um integrante do governo falou especificamente da Electricidad de Caracas. - Todo o setor energético da Venezuela será incluído na estatização porque a energia é um elemento estratégico para o desenvolvimento econômico nacional - disse Cabezas, quando indagado se a EDC estaria incluída no pacote. Trata-se de uma das empresas mais antigas do país e é controlada, há seis anos, pela corporação americana AES, num investimento de US$ 1,6 bilhão. Outra empresa americana de energia, a CMS, que fornece eletricidade para a ilha Margarita, também deve ser afetada. - Obviamente, estamos cheios de dúvidas. Estamos esperando mais detalhes - disse o porta-voz da CMS, Jeff Holyfield. Cabezas disse ainda que a maior empresa de telecomunicações do país, a CANTV (cuja principal acionista é a americana Verizon), não será confiscada e afirmou que os "acionistas receberão valor justo pelos papéis". A possibilidade de compensação fez as ações da empresa subirem 8,5% na Bolsa venezuelana. Antes de ser reeleito, Chávez declarou que gostaria de ver a empresa, privatizada em 1991, controlada pelo Estado. O ministro das Finanças não avançou mais nos detalhes da nacionalização, alegando que o governo "ainda estuda os mecanismos para dar andamento aos processos". Oposição O líder da oposição venezuelana, Manuel Rosales, acusou Chávez de usar projetos como a nacionalização para controlar todos os poderes do Estado e perpetuar-se no poder, "até sua morte" - comparando-o aos ditadores soviético Stalin e espanhol Franco. Relatório da Human Rights Watch divulgado nesta quarta-feira faz fortes críticas a Chávez, acusado de minar a independência da Justiça e da imprensa. Quem não é chavista na Venezuela - quase de 40% da população, de acordo com as últimas eleições - vê com crescente desconfiança o aumento, cada vez maior, da concentração de poderes nas mãos do presidente Chávez. O que está acontecendo com a emissora de TV de Caracas RCTV é apenas o motivo mais recente para esta preocupação. Ela é a mais popular e a mais crítica ao governo Chávez. Agora, está sob ameaça pessoal do presidente de ser tirada do ar. A mais antiga emissora de TV da Venezuela é acusada pelo presidente de ter apoiado o golpe que tentou derrubá-lo em 2002. "Eles fizeram coisas erradas. Mas não é por isso que a RCTV vai sair do ar. O fato é que a concessão vai acabar em maio, e simplesmente não vamos renová-la", disse à TV Globo um deputado chavista. A diretora de jornalismo da emissora diz que a emissora é mais vista justamente pelas classes mais pobres. Isso explica o que ela julga ser a perseguição chavista. "Nenhum diretor da emissora participou do golpe. Se alguém cometeu algum crime, deveria ser processado legalmente. E isso nunca aconteceu. O gesto de Chávez não ameaça apenas os 2,4 mil funcionários da RCTV, mas fere a liberdade de expressão na Venezuela e em toda a América Latina", afirmou a diretora rem entrevista ao Jornal Nacional.

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