Segunda-feira, 21 de abril de 2025 - 19h02
O conclave é o ritual secular que marca a eleição
dos novos papas. A palavra vem do latim cum clave - fechado a
chave – e remete à votação secreta que é realizada na Capela Sistina, no
Vaticano, de onde é lançada a fumaça branca quando o novo pontífice é
escolhido.
Com a morte do papa Francisco, nesta segunda-feira (21), os
252 cardeais do Colégio Cardinalício terão a missão de eleger o novo líder da
Igreja Católica.
Após os rituais do velório e sepultamento do papa,
o Vaticano passa por um período de luto de nove dias, quando convoca o Colégio
Cardinalício. Os cardeais ficam instalados na Casa Santa Marta. É o mesmo local
onde Jorge Mario Bergoglio decidiu viver, ao renunciar ao apartamento papal no
Palácio Apostólico.
Antes da votação propriamente,
ocorrem as reuniões gerais em que todos os cardeais participam e discutem os
problemas da igreja e do mundo atual. A partir dali, começa-se a
delinear perfis que possam assumir o papel de bispo de Roma, de papa.
Para a segunda parte, a votação na
Capela Sistina, participam apenas os cardeais com menos de 80 anos. O número máximo
de cardeais eleitores é estabelecido em 120, embora atualmente haja 135 com
direito a voto - e, como no passado, podem ser concedidas exceções.
Normalmente, o novo papa é escolhido entre cardeais que estão na capela, mas
nada impede que alguém que está fora seja eleito.
No dia do conclave, da votação a
portas fechadas, os cardeais dirigem-se à Basílica de São Pedro para a missa
presidida pelo decano do Colégio Cardinalício, que atualmente é o italiano
Giovanni Battista Re. Em seguida, eles seguem em procissão para a Capela Sistina,
preparada com bancos para as votações e o fogareiro onde serão queimadas as
cédulas e anotações. Nesse momento, é proibido o uso de dispositivos
eletrônicos ou qualquer contato com o exterior.
Se a eleição começar no período da
tarde, o primeiro dia terá apenas um processo de votação. Já os
seguintes terão até quatro votações, sendo duas de manhã e duas a tarde. O
conclave mais longo da história demorou 33 meses, quase três anos, para eleger
Beato Gregório X como papa, em 1271.
Cada cardeal escreve o nome do escolhido em um
papel retangular e deposita em uma urna. Após a sessão, dois apuradores abrem
os papéis e leem silenciosamente os nomes, enquanto um terceiro os pronuncia em
voz alta. As cédulas são furadas, amarradas umas às outras e queimadas no
fogareiro.
Se ninguém atinge a maioria
qualificada de pelo menos dois terços dos votos, é adicionada uma substância
que tinge a fumaça de preto. Caso haja um eleito, o decano
pergunta se ele aceita o cargo e qual o nome escolhido para exercer o
pontificado. Francisco foi o nome escolhido por Jorge Mario Bergoglio para seu
pontificado, em referência a São Francisco de Assis.
Caso o cardeal escolhido aceite o cargo, as cédulas
são queimadas com um aditivo branco, mostrando ao mundo que um novo papa foi
eleito. Na sequência, há o anúncio com a famosa frase habemus
papam - temos papa - na Basílica de São Pedro. Por fim, o papa aparece
para dar sua primeira bênção.
Brasileiros
O Colégio Cardinalício é quem assiste
o carmelengo (administrador da Santa Sé) na organização do conclave para
escolha do novo papa. O atual carmelengo, o irlandês Kevin Farrell, é quem anunciou a
morte do papa Francisco e atuará como chefe de Estado do Vaticano no período
que vai dos funerais até o anúncio de quem será o novo papa. Esse
período é chamado de Sé Vacante, quando a Igreja está sem seu líder.
O Brasil tem oito cardeais que integram o Colégio
Cardinalício, cinco nomeados pelo Papa Francisco e três pelo papa anterior,
Bento XVI. Apenas um deles não é votante, que é dom Raymundo Damasceno Assis,
atual arcebispo emérito de Aparecida (SP), que tem 87 anos. Dom Damasceno foi
nomeado por Bento XVI e participou do conclave que escolheu o papa Francisco,
em 2013.
Os outros sete cardeais brasileiros,
que votam, são:
Nesta segunda-feira, em entrevista coletiva em
Brasília, dom Raymundo Damasceno destacou que a escolha do novo papa é uma
escolha de fé, por um perfil adequado, e não política. Não há candidaturas e
nem campanhas, segundo ele.
“É uma obra de
Deus, é uma ação do Espírito Santo, sem dúvida nenhuma”, disse. “Conclave é um
tempo de silêncio, um tempo de oração, de ponderação, para que a pessoa vote
segundo a sua consciência, naquilo que ele julgar o mais adequado nesse momento
para a igreja”, acrescentou.
O arcebispo emérito lembrou que 80%
dos cardeais do colégio eleitoral foram criados pelo papa Francisco, que, ao
longo do seu pontificado, voltou-se muito para as periferias do mundo. “É um colégio
representado por cardeais de todas as periferias do mundo”, disse.
Dos 252 cardeais, 149 foram nomeados por Francisco,
sendo 108 deles votantes. Do total dos cardeais, 114 são europeus, 37
asiáticos, 32 sul-americanos, 29 africanos, 28, norte-americanos, oito da
América Central e quatro da Oceania. Entre os cardeais europeus, entretanto,
apenas 46,5% podem votar.
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