Quase uma semana depois do terremoto de 7,8 graus na escala Richter que atingiu o Equador, destruindo povoados de províncias costeiras, foram registradas desde o dia 16 de abril, pelo Instituto Geofísico do país, 707 réplicas do tremor. A informação foi dada hoje (22) pelo diretor do instituto, Mario Ruiz. Segundo ele, algumas dessas réplicas superaram os 6 graus.
Ruiz disse ainda que, pela intensidade, as réplicas são capazes de alarmar a população e provocar danos adicionais às edificações que já se encontram em estado frágil. Ele informou, ainda, que o número de réplicas desde o terremoto registrado no dia 16 de abril vêm diminuindo.
“No dia seguinte depois do evento, tivemos 239 réplicas. Ontem [21] foram 52 e hoje, um número parecido. A quantidade continua diminuindo, as réplicas vão ser cada vez mais separadas e vamos ter eventualmente sismos com magnitude superior aos 5 ou 6 graus”, informou Mario Ruiz.
Ele explicou que as réplicas fazem parte do processo de acomodação de falhas geológicas sobre as quais se assenta o país. O terremoto do último sábado é um dos mais fortes registrados no Equador.
O diretor disse que o Instituto Geofísico conta com a ajuda do Serviço Geológico da Colômbia, que enviou um grupo de técnicos com equipamentos de alta tecnologia, instalados perto da zona do epicentro. Também fazem parte da rede de cooperação o Instituto de Pesquisa para o Desenvolvimento (IRD, na sigla em inglês), as universidades de Paris e Niza; o Consórcio de Universidades dos Estados Unidos para a Pesquisa Sismológica e o Consórcio para a Pesquisa Geodésica da Terra.
Vítimas
O número de mortos devido ao tremor aumentou para 588, enquanto o número de feridos subiu para 8.340 e de desaparecidos para 130 desaparecidos, segundo a vice-ministra de Segurança, Natalia Cárdenas.
Ela destacou que, desde o desastre, a prioridade os órgãos de emergência foi salvar vidas. “Nas três primeiras horas já havia 1.500 pessoas da Polícia, das Forças Armadas, Bombeiros, Cruz Vermelha, médicos e socorristas. Atualmente, há em torno de 24 mil profissionais atendendo às emergências”.
Vias de acesso
Hoje, foi restabelecido o tráfego de algumas vias de acesso às áreas afetadas pelo terremoto. “Há restrições em algumas vias, as quais foram habilitadas somente para deslocamento de veículos de assistência às zonas de desastre”, disse o vice-ministro de Transporte e Obras Públicas, Alex Pérez.
O Aeroporto de Manta, cuja torre de controle caiu, está operando somente para recepção de aviões de voos de emergência. Já o Aeroporto de Esmeraldas está operando plenamente. O Porto de Manta também só está recebendo barcos que transportem ajuda e provisões para as populações afetadas.
Esmeraldas é capital da província de mesmo nome, que fica na costa noroeste do Equador. De Quito a Esmeraldas, por via terrestre, a distância é de cerca de 420 quilômetros. Manta localiza-se na costa oeste, na província de Manabi, a 418 quilômetros da capital equatoriana.