Terça-feira, 10 de abril de 2018 - 09h18
Os Estados Unidos enviarão 1.600 soldados da Guarda Nacional para sua fronteira com o México em cumprimento da ordem do presidente Donald Trump de combater a imigração irregular na região.
A Guarda Nacional é um corpo de reserva das forças armadas dos Estados Unidos sob controle dos estados, razão pela qual sua utilização depende dos governadores.
O governador do Texas, o republicano Greg Abbott, que já enviou 250 guardas nacionais à fronteira no último fim de semana, anunciou hoje (10) que aumentará o contingente até mil soldados nas próximas semanas.
Por sua parte, o governador do Arizona, o também republicano Doug Ducey, enviou hoje 225 militares da Guarda Nacional para sua parte de fronteira, aos quais se somarão outros 113 até alcançar 338.
Por sua parte, a governadora do Novo México, Susana Martínez, também republicana, se comprometeu a enviar 80 guardas nacionais esta semana como primeira parte de um contingente que alcançará 250 militares.
Falta saber o nível de colaboração do quarto estado que faz fronteira com o México: a Califórnia, cujos dirigentes democratas foram contra a maioria das medidas migratórias de Trump.
No total, Texas, Novo México e Arizona apresentarão inicialmente 1.600 soldados à missão ordenada por Trump de apoio militar à Patrulha Fronteiriça para combater o aumento da imigração irregular.
Trump disse na semana passada que queria enviar entre dois mil e quatro mil soldados para proteger a fronteira, enquanto o Pentágono autorizou na sexta-feira passada o uso do limite maior desse grupo. Assim, os contingentes previstos inicialmente pelos estados ainda têm margem para aumentar.
Fronteira tem 3.111 quilômetros
Estados Unidos e México compartilham 3.111 quilômetros de fronteira distribuídos de leste a oeste entre Texas (1.997), Novo México (289), Arizona (599) e Califórnia (226).
O interesse de Trump pela militarização da fronteira despertou no início deste mês quando soube que uma caravana com centenas de imigrantes centro-americanos percorria o México para chegar aos Estados Unidos.
A lei americana proíbe a utilização de militares para tarefas de segurança e ordem pública em nível nacional, razão pela qual a Guarda Nacional terá um papel limitado na fronteira e não poderá dedicar-se a deter imigrantes que cheguem à região limítrofe.
O papel da Guarda Nacional será apoiar os agentes fronteiriços em tarefas de "detecção aérea, transporte, reparação do muro fronteiriço e apoio logístico", segundo declarou à Agência EFE o Escritório de Alfândegas e Proteção Fronteiriça (CBP).
Trump não é o primeiro presidente americano que envia militares à fronteira com o México: em 2006, George W. Bush ordenou o envio para lá de seis mil membros da Guarda Nacional, enquanto Barack Obama destinou 1.200 soldados desse mesmo corpo de reserva em 2010.
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