Segunda-feira, 19 de outubro de 2015 - 06h44
O chefe da diplomacia norte-americana, John Kerry, rejeitou hoje (19) a presença de "atores externos" no conflito israelense-palestino, devido aos confrontos na Esplanada das Mesquitas, em Jerusalém Oriental, tal como tinha sido proposto no domingo (18) pela França.
"Não contemplamos qualquer mudança [no status quo da Esplanada das Mesquitas], mas Israel também não. Diplomacia por vezes é apenas fazer com que todos os envolvidos vejam com clareza o significado do que está se passando", disse o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, em uma conferência de imprensa em Madrid, ao lado do ministro dos Assuntos Exteriores de Espanha, José Manuel García Margallo.
A França propôs no domingo a presença de forças internacionais na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental, uma ideia que levou o governo israelense a convocar hoje o embaixador de França em Israel.
Os episódios de violência entre Israel e os territórios palestinianos continuam, com um soldado morto num novo ataque no domingo. "Queremos um restabelecimento da calma e queremos que a violência pare", sublinhou Kerry.
Ele disse ainda que os Estados Unidos não querem envolver no conflito da região "atores externos ou outros". Para Kerry, "a segurança e a diplomacia vão de mãos dadas". "Não há um tempo para uma coisa e um tempo para outra. Têm de ser ambas. É assim também no Médio Oriente", disse o responsável norte-americano, apelando por moderação.
O secretário de Estado salientou, por outro lado, que os Estados Unidos consideram que "Israel tem todo o direito do mundo em defender os seus cidadãos" e recordou que Telavive "também deixou claro que não quer mudar o status quo" na região.
Num esforço para amenizar a tensão, John Kerry confirmou no domingo que se encontrará, nesta semana na Alemanha, com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e depois com o presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas.
Israel sempre rejeitou a ideia de ter observadores internacionais na Esplanada das Mesquitas em Jerusalém Oriental, o terceiro lugar sagrado do Islã e que, segundo os palestinos, tem recebido número crescente de visitantes judeus. No entanto, nenhum motivo oficial foi apresentado para a "convocação" do embaixador da França.
Desde o início do mês, tem aumentado a violência em Israel e nos territórios palestinos e já morreram oito israelenses e pelo menos 41 palestinos, em vários ataques com facas e armas de fogo.
O caso mais recente aconteceu no domingo em Beersheba, no Sul de Israel, quando um homem, que as autoridades acreditam ser palestino, matou um soldado e feriu outras dez pessoas, incluindo quatro agentes policiais, antes de ser abatido.
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