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Europa amplia estatização para tentar salvar bancos


  
Plano anunciado trabalha sob três linhas de ação

Cada um por si, todos os governos dos países ricos vão sair em socorro dos bancos, anunciaram nesse domingo, dia 12, os líderes dos 15 países da zona do euro. Por trás da mudança de posição, está o temor de colapso do sistema financeiro, fermentado pela perda de confiança entre as instituições, pela queda do valor de mercado nas bolsas de valores e pelos temores dos clientes.

Há três linhas de ação: compra de ações, garantia para refinanciamento e aumento do seguro dos correntistas. A Grã-Bretanha estatiza nesta segunda, dia 13, pelos menos dois grandes bancos.

– Não será um presente para os bancos – frisou Nicolas Sarkozy, presidente da França e anfitrião do encontro, sobre o resgate europeu.

Uma das contrapartidas será a imposição de regras contábeis mais rígidas. O programa de refinanciamento valerá até o final de 2009 e terá de ser pago em “condições de mercado”, informou o comunicado dos europeus. Apesar do anúncio conjunto, cada país adotará ações específicas.

– O plano que aprovamos tem a vocação de ser aplicado em cada um de nossos Estados-membros com a flexibilidade que se necessite, pela diversidade dos sistemas financeiros e das regras nacionais –explicou Sarkozy, criticando os mercados por não funcionar como deveriam.

Também poderá haver intervenção direta para “reforçar o capital dos bancos”, destacou o presidente francês. Isso abre caminho para mais estatizações parciais de bancos europeus, como a anunciada ontem pela Noruega sobre o braço no país do islandês Kaupthing.

Alemanha, França e Itália detalharão hoje seus programas. Embora esteja fora da zona do euro, o primeiro-ministro da Grã-Bretenha, Gordon Brown, tentou influenciar os colegas a adotar medidas semelhantes ao plano que começa a implantar hoje.

A bordo de cerca de US$ 60 bilhões, o governo britânico deve comandar a maior estatização recente do sistema financeiro do planeta.

– As decisões que tomaremos ao longo dos próximos dias vão nos afetar durante anos à frente – justificou Gordon Brown.

Depois de um fim de semana repleto de encontros entre autoridades globais – G-7, G-20, Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial –, investidores esperam ações concretas que possam restabelecer a confiança no sistema financeiro global. Apesar da ação combinada, alguns integrantes esperavam mais, caso do primeiro-ministro belga, Yves Leterme:

– Precisamos ir além nas próximas semanas e meses.

Na quarta-feira, haverá uma reunião dos 27 países da União Européia. Conforme Sarkozy, o bloco deve solicitar aos EUA uma reunião de cúpula para “reformar o sistema financeiro internacional”.

Na sexta-feira, o secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, confirmou que o pacote de US$ 700 bilhões será usado para a compra de fatias de bancos em dificuldades. O modelo é semelhante ao aplicado na Suécia em 1992. Em meio a uma crise bancária, o país nacionalizou todo o sistema financeiro. Anos depois, o governo recuperou quase tudo o que investiu. Ontem, foi anunciada a aprovação da compra do banco Wachovia pelo Wells Fargo nos EUA.
 
Fonte: ZERO HORA

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