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Explosão de consumo gera obesidade entre os chineses


Luciana Lima
Agência Brasil

Xangai (China) - Nas ruas de Xangai, o que se pode perceber é uma explosão de consumo. Um empresário brasileiro que há mais de cinco anos compra motos, triciclos, quadriciclos e bicicletas elétricas da China observou a mudança de comportamento da população ao longo desse tempo.

“Há uma euforia. Quando se anda pela Nanjing Road [endereço mais badalado do comércio em Xangai] o que se vê é uma festa de consumo que não existia aqui há cinco anos”, destaca.

Outro fator que ele destaca é a própria mudança física dos chineses que vivem na cidade. Em um país conhecido pela magreza saudável de seus habitantes, é possível observar cada vez mais indivíduos obesos. “Os chineses estão engordando”, observa o empresário.

A mudança física pode ser resultado da ocidentalização de hábitos alimentares. Em Xangai, por exemplo, em cada esquina é possível encontrar cafeterias e lojas de sanduíches das gigantes americanas. Pesquisa recente do governo chines detectou que existem 60 milhões de obesos na China, a maioria nas áreas urbanas.

Desde 1999, a Starbucks, a maior cadeia mundial de cafés, abriu mais de 350 lojas em 26 cidades na China, tendo-se tornado o estabelecimento mais popular entre os trabalhadores chineses de 25 aos 40 anos. Em Xangai, as lojas da Starbucks aparecem sempre ao lado de uma loja da KFC, multinacional americana de fast food, primeira a chegar à China em 1987.

Na conquista do paladar dos chineses, a concorrência é ferrenha. A KFC conta com mais de 2 mil restaurantes na China, inclusive com concessões nas linhas de metrô de Xangai. A gigante enfrenta a concorrência da rede McDonalds, que tem mais de mil lojas e da Burguer King, que já abriu vários pontos em Xangai.

No ano passado a McDonalds também deu um lance que atraiu o paladar dos moradores de Xangai, acostumados a sabores picantes. Lançou um sanduíche de frango apimentado que desafiava qualquer chinês a comer a iguaria sem se abanar. Foi sucesso de venda. A KFC também tem sua versão picante.

Além da invasão das multinacionais, há a pirataria das marcas, que ajuda a difundir cada vez mais o tipo de alimentação ocidental. A Starbucks por exemplo teve que processar a empresa chinesa Xingbake pela cópia de seu logotipo usado em cerca de 38 lojas só em Xangai.

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