Domingo, 8 de maio de 2016 - 08h44
Cidade do Vaticano (RV) – Cerca de 9 mil pessoas participaram na manhã de ontem, sábado (07/05) de um encontro na Sala Paulo VI em homenagem à ONG ‘Cuamm, Médicos com a África’. O evento teve início às 10h30 com uma série de testemunhos, mas o ápice foi às 12h, com a chegada do Papa.
ONG tem 65 anos de atuação na África
Esta organização foi a primeira no campo da saúde a ser reconhecida na Itália e é a maior na promoção e tutela da saúde dos povos africanos.
Fundada em 1950 por um médico missionário, Francesco Canova, e pelo então bispo de Pádua, Dom Girolamo Bortignon, a ONG trabalha hoje em sete países da África sub-Saraiana pelo direito da saúde de mães, crianças, doentes de Hiv/Aids e tuberculose, portadores de deficiências e pessoas mais pobres.
Saúde não é um 'bem de consumo'
Negada em várias partes do mundo e em muitas regiões da África, “a saúde não é um bem de consumo e nem pode ser considerada ‘um privilégio’, mas um direito universal”, disse Francisco ao grupo.
“O Senhor envia vocês como ‘bons samaritanos’ para atravessar a ‘porta’ que conduz do primeiro ao terceiro mundo. E esta é a sua ‘porta santa’”, continuou.
Gestantes e bebês são prioridade
A ONG, com seus médicos, voluntários e colaboradores, atua entre as faixas mais vulneráveis da população, como gestantes e recém-nascidos. Na África, muitas mulheres morrem no parto e seus bebês não superam o primeiro mês de vida por causa da desnutrição e das grandes endemias.
Francisco os encorajou a serem ‘expressão da Igreja-mãe, que se inclina sobre os mais frágeis e os assiste’.
Trabalhar 'com' e promover crescimento
“Cuamm é Médicos ‘com’ a África, e não ‘para’ a África, e esta denominação”, referiu o Papa, significa que “são chamados a envolver os africanos no processo de crescimento, caminhando juntos, compartilhando dramas e alegrias, dores e entusiasmos”.
“Exorto-os a manter esta particular abordagem junto às comunidades, ajudando-as a crescer e deixando-as quando forem capazes de prosseguir autonomamente, em uma perspectiva de desenvolvimento e sustentabilidade”.
Igreja não é 'clínica para VIPs'
Concluindo, o Pontífice encorajou os membros do Cuamm a levarem avante esta obra inspirando-se em uma missionariedade evangelicamente fecunda, expressão de uma Igreja que não é uma ‘clínica para VIP’, mas um ‘hospital de campanha’: “Uma Igreja de coração grande, próxima dos feridos e humilhados da história, a serviço dos mais pobres”.
Um dos participantes da audiência era Andrea Atzeri, responsável pelas relações internacionais da CUAMM. Ele conversou com a RV e falou das maiores preocupações na atuação de seu trabalho na África.
Fonte: rádio Vaticano
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