Quinta-feira, 14 de setembro de 2017 - 09h24
A passagem do devastador furacão Irma pela costa norte de Cuba provocou danos, que vão de leves a graves, em 211 instituições culturais da ilha, entre elas a Casa Museu José Lezama Lima e o Grande Teatro de Havana, informou nessa quarta-feira (13) o Ministério de Cultura cubano.
Os efeitos mais graves em centros culturais cubanos foram registrados nas províncias de Villa Clara, Camagüey, Matanzas, Ciego de Ávila, Sancti Spiritus e Havana, detalhou o vice-ministro da Cultura, Guillermo Solenzal, em um balanço dos danos feito em 14 das 15 províncias do país caribenho.
De acordo com a Agência EFE, em Havana, a inundação chegou a lugares como a Casa Museu José Lezama Lima, onde ficaram molhados documentos do escritor, que já foram, no entanto, recuperados. Os documentos passaram por um processo de dessalinização e secagem, informou a presidente do Conselho Nacional de Patrimônio da ilha, Gladys Collazo.
Ela ressaltou as medidas prévias de proteção à passagem do ciclone, como a desmontagem de todas as peças nos mais de 300 museus. Qualificou de excelente o trabalho de preparação, que permitiu que não existam graves prejuízos ao patrimônio do país.
Um efeito menor do impacto do furacão sofreu o Grande Teatro de Havana Alicia Alonso. A força dos ventos do Irma dobrou uma pequena escultura da deusa grega Nike, em uma das cúpulas do coliseu, que acaba de completar 180 anos e que é a sede permanente do Balé Nacional de Cuba desde 1964.
A escultura da mitológica deusa da vitória foi desmontada para restauração, por membros do Corpo de Bombeiros e da Defesa Civil, para evitar sua possível queda e o perigo para as pessoas que passam pela esquina na qual se encontra o teatro mais antigo da América Latina.
Também na capital cubana sofreram graves danos a tenda do Circo Nacional e a sede do Balé Espanhol de Cuba, pela perda de grande parte do seu teto.
Na província central de Ciego de Ávila, uma das mais castigadas pelo poderoso ciclone, uma biblioteca perdeu 80% dos seus recursos. Um armazém do Centro Provincial do Livro também foi afetado, enquanto duas escolas de arte na província de Matanzas necessitarão de reparações.
O vice-ministro ressaltou que os estragos causados pelo Irma têm diferentes graus, de leves a graves, pela descarga de fortes rajadas de vento, chuva, queda de árvores e inundações.
O furacão Irma chegou na sexta-feira passada (8) a Cuba como um ciclone de força 5 - a máxima da escala Saffir-Simpson -, depois passou para 4 e, após longo percurso pelo país, deixou um saldo preliminar de dez mortos, 1,7 milhão de pessoas retiradas de suas casas, fortes inundações e danos materiais ainda não quantificados.
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