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Gás boliviano aumentará em até 6% para a Petrobras


Monica Tavares - Agência O Globo BRASÍLIA - O preço do gás natural importado da Bolívia pela Petrobras deve subir entre 3% e 6%. O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, explicou que os dois governos e as empresas estatais brasileira e YPFB, da Bolívia fecharam um acordo com um aditivo ao contrato atual de fornecimento. A estimativa do governo boliviano, é de que o Brasil pagará mais US$ 100 milhões por ano pelo gás importado. O novo acordo foi anunciado pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Evo Morales, da Bolívia. O reajuste dos preços do gás vendido à Petrobras vinha sendo negociado há mais de nove meses pela estatal brasileira e pela YPFB. Em discurso durante o anúncio, Morales afirmou que não faltará gás natural para o Brasil e que os contratos firmados com a Petrobras serão respeitados. Lula e Morales assinaram nesta quinta-feira 12 contratos, entre os quais o que trata das importações do combustível pelo Brasil. - Esse acordo nos deixa fortalecidos e nos permite aprofundar a democracia - disse Morales Lula diz que gás terá preços internacionais O aditivo que trata do novo reajuste prevê que, se o gás importado pelo Brasil tiver teor calorífico acima de 8.900 quilocalorias (kcal), o adicional será pago pela Petrobras conforme a cotação internacional dos chamados gases nobres contidos no gás natural, como butano, GLP e gasolina natural. A cotação será diária. Com esta mudança é que o ministro Silas Rondeau estima que o reajuste no preço final possa chegar a 6%. O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, afirmou que o acordo respeita os termos do contrato atual e será apenas um aditivo ao documento. Atualmente, a Petrobras paga cerca de US$ 4,20% por milhão de BTUs (unidade de medida do gás). A Bolívia, no entanto, pedia um aumento para US$ 5 por milhão de BTUs. Gabrielli afirmou que o preço de US$ 5 dólares pedido pela Bolívia "não tinha razão de ser'', porque não considerava os investimentos realizados pelo Brasil na Bolívia nem os volumes maiores comprados pela Petrobras. Ele acrescentou que se os preços internacionais dos componentes do gás caírem, a conta que a Petrobras vai pagar pelo gás boliviano também diminuirá. No entanto, foi cauteloso ao falar sobre os eventuais impactos do acordo para o consumidor brasileiro. - O preço do gás depende das distribuidoras nos Estados - afirmou. O presidente Lula afirmou que o Brasil pagará por componentes do gás boliviano um valor de acordo com os preços internacionais. Lula acrescentou que os novos contratos de operação da Petrobras na Bolívia ''entrarão em vigor nos próximos dias''. Lula declarou ainda que o gás será o carro-chefe da integração entre brasileiros e bolivianos e reafirmou os outros projetos a serem desenvolvidos em conjunto pelos dois países. - Estamos entrando em uma nova etapa de integração energética que abrange também um pólo gás-químico na fronteira, a possibilidade de construirmos uma hidrelétrica binacional no Rio Madeira e produção de biodiesel na Bolívia - afirmou Lula. O governo já havia concordado com um reajuste de 252,9% no preço do gás natural boliviano vendido à Usina Governador Mário Covas - termelétrica de Cuiabá que abastece parte do Centro-Oeste -, que passará a vigorar até 15 de abril, segundo Lula. O governador de Mato Grosso, Blairo Maggi, afirmou que o governo federal vai pagar a diferença que a Usina Termelétrica Governador Mário Covas, em Cuiabá, Mato Grosso, terá com o aumento de preço do gás. Lula quer abrir mercado brasileiro para a Bolívia Lula anunciou também nesta quinta-feira que o Brasil pretende abrir totalmente seu mercado para prodlutos bolivianos. Ao lado do presidente da Bolívia, Evo Morales, o presidente disse que este será um passo importante para que o país vizinho possa entrar como sócio pleno do Mercosul. Para isso, os brasileiros submeterão aos demais membros do bloco - Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela - a proposta de eliminar as tarifas de importação, beneficiando, principalmente, as áreas têxteis. Além do aumento do preço do gás, na mesa de negociações entre presidentes e ministros do Brasil e da Bolívia, havia outros temas como: febre aftosa; construção de usinas hidrelétricas binacionais, financiamento de máquinas e equipamentos agrícolas pelo BNDES, narcotráfico e o ingresso da Bolívia como membro pleno do Mercosul. Ficou acertado que o Brasil vai doar três milhões de doses de vacina contra a febre aftosa à Bolívia. Morales, no entanto, não conseguiu obter a garantia do governo brasileiro de que a Bolívia será consultada no processo de licenciamento ambiental para a construção de duas usinas hidrelétricas no Rio Madeira. Foi o que deixou claro Amorim: - As duas usinas vão ser construídas. Estamos convencidos de que não haverá impacto ambiental. CBIEE - Para Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE) e também professor da UFRJ, o reajuste no preço do gás representa mais uma vitória dos bolivianos sobreo Brasil. Clique aqui e saiba mais no Blog do Adriano.

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