Agência Lusa / Agência Brasil
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, pediu ontem (12) ao Congresso que deixe as conversações sobre o programa nuclear do Irã decorrerem “sem interferências”, depois de ameaças de novas sanções.
Kerry deverá informar aos membros da Câmara dos Representantes (Câmara dos Deputados) hoje segunda-feira (13) e na terça-feira (14) os parâmetros do acordo alcançado com o Irã, no dia 2 de abril.
O Congresso retoma os trabalhos na segunda-feira, depois de duas semanas de férias parlamentares, e deverá debater um projeto de lei que visa a obrigar o presidente dos EUA, Barack Obama, a submeter aos congressistas acordo com o Irã.
“Vou apresentar os fatos”, disse Kerry à televisão CBS quando questionado sobre versões diferentes do acordo provisório apresentadas por dirigentes iranianos.
O Departamento de Estado divulgou no dia 2 de abril informações sobre o acordo que as autoridades iranianas consideram ser diferentes do entendimento alcançado em Lausanne (Suíça).
“Tudo o que apresentei é factual. E mantenho. No fim, vai ser o acordo final que será determinante”, acrescentou Kerry, referindo-se ao acordo final, com todos os aspetos técnicos e legais, que vai ser negociado até 30 de junho.
“Já tivemos essas narrativas contraditórias, discrepâncias, em relação ao acordo provisório” de novembro de 2013, que levou o Irã a suspender algumas atividades nucleares em troca de um alívio das sanções econômicas.
Mas, como frisou o chefe da diplomacia norte-americana, o Irã respeitou os termos desse acordo: “O Irã mostrou que adere a um acordo e cumpre esse acordo. E isso é importante”, disse.
Questionado sobre as ameaças de membros do Congresso de novas sanções ao Irã, Kerry afirmou: “Penso que as pessoas não devem intervir e devem negociar sem interferências para terminarmos o trabalho nos próximos dois meses e meio”.
O líder da maioria republicana no Senado, Mitch McConnel, voltou na segunda-feira (6) a criticar as concessões da administração de Barack Obama ao Irã e assegurou que o Senado "terá uma palavra a dizer".