Sábado, 2 de junho de 2012 - 18h07
Roberta Lopes*
Agência Brasil
Brasília - A Liga Árabe pediu hoje (2) que a Organização das Nações Unidas (ONU) "tome as medidas necessárias à aplicação total e imediata do plano de paz", elaborado pelo enviado especial à Síria, Kofi Annan, bem como fixe um calendário para cobrança das medidas.
O plano de paz apresentado pelo emissário da ONU e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, previa um cessar-fogo, que entrou em vigor em 12 de abril, mas tem sido praticamente ignorado.
"A violência atingiu níveis totalmente inaceitáveis", afirmou Annan na reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros de países da Liga Árabe, realizada em Doha, capital do Catar. "O espectro de uma guerra total aumenta de dia para dia", alertou.
Kofi Annan, que esteve esta semana em Damasco, capital síria, disse ter pedido ao presidente Bashar Al Assad para agir no sentido de aplicar todos os pontos do plano de paz.
Em comunicado publicado no final da reunião extraordinária, os ministros dos Negócios Estrangeiros da Liga Árabe pediram também que, com base no capítulo VII da Carta das Nações Unidas, haja "a suspensão parcial ou total de relações econômicas, de ligações ferroviárias, marítimas, aéreas e de telecomunicações" com a Síria e "a ruptura de relações diplomáticas".
O referido capítulo prevê a possibilidade de um recurso à força em caso de ameaças à paz, mas o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Al Arabi, disse que não foi feito nenhum pedido de ação militar.
Nabil Al Arabi sugeriu uma modificação do mandato dos observadores da ONU destacados na Síria ou a sua "transformação numa força de paz".
Hoje foi anunciada na Síria a morte de mais 38 pessoas, incluindo 22 soldados mortos em confrontos com rebeldes.
Nos últimos dias, a onda de violência no país se intensificou com o massacre de 108 pessoas na cidade de Houla. A oposição responsabiliza o governo do presidente sírio, Bashar Al Assad, pelos assassinatos. A comunidade internacional condenou o massacre e alguns países da Europa e os Estados Unidos expulsaram diplomatas sírios de suas nações.
**Com informações da agência pública de notícias de Portugal, Lusa // Edição: Lílian Beraldo
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