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Lula e Sarkozy querem construir ponte na floresta amazônica


Lula e Sarkozy lançam pedra fundamental de ponte ligando Brasil à Guiana Francesa

Alex Rodrigues
Agência Brasil


Macapá (AP) - Uma ponte de quase 400 metros de extensão ligando o Brasil a um pedaço da França, em plena floresta amazônica. Assim pode ser descrita a obra de cerca de R$ 38,6 milhões, cuja pedra fundamental foi lançada ontem (12) pelos presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Nicolas Sarkozy, da França.

Segundo a declaração conjunta assinada pelos dois governantes, a ponte sobre o Rio Oiapoque, ligando a margem brasileira à cidade de São Jorge do Oiapoque (Saint-George de L´Oyapock), na Guiana Francesa – um departamento ultramarino da França – visa a favorecer o conhecimento mútuo entre os dois países.

Além da ponte, a proposta conjunta é construir e melhorar as estradas que ligam as capitais Macapá e Caiena, “trazendo múltiplos benefícios para o desenvolvimento econômico e social da região”, conforme prevê a declaração conjunta, divulgada à imprensa durante o encontro de ontem entre Lula e Sarkozy.

Hoje, a travessia de pessoas e o transporte de mercadorias são feitos por barcos, principal via de transporte em toda a Região Norte, ou por avião.

Lula reconheceu a importância da ponte e afirmou que conhece projetos de mais de uma década para a realização da obra. “Eu ouço falar desta ponte há mais de dez anos. Já houve encontros e mais encontros e, talvez, o dinheiro que se gastou na reunião de técnicos franceses com brasileiros, de passagens [aéreas], talvez esse dinheiro desse para fazer a ponte”, disse Lula.

Afirmando que desta vez os prazos anunciados serão cumpridos, Lula garantiu que a ponte será inaugurada em 2010 e assegurou que Sarkozy demonstrou a mesma disposição. “O que eu gostei do Sarkozy é que ele disse que quer começar a ponte este ano, porque ele acha inadmissível a França ter vontade de fazer uma ponte e ela demorar oito anos [para sair do papel]”.

Uma comissão intergovernamental criada em julho de 2005, quando foi assinado o acordo bilateral para a construção da ponte, deve se reunir ainda neste primeiro semestre, em Brasília, para validar os trabalhos técnicos e dar início ao processo licitatório internacional que irá selecionar a empresa responsável pela obra.

Também será definido como se dará a divisão dos custos. A intenção é de que os gastos sejam divididos igualmente entre Brasil e França, “mas levando em conta as implicações fiscais e a necessidade de evitar que a França termine onerada por tributos nacionais”.

 

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