Quarta-feira, 20 de abril de 2016 - 07h44
O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reiterou nessa terça-feira (19) apoio à presidenta brasileira, Dilma Russeff, diante do que considera ser "um golpe de Estado parlamentar" que ameaça toda a América Latina. "Esse golpe de Estado no Brasil é uma ameaça para todos os povos da América", disse.
Nicolás Maduro falou em Caracas para centenas de simpatizantes que saíram à rua numa marcha para comemorar o 206º aniversário da assinatura da Ata de Declaração da Independência da Venezuela, assinada em 19 de abril de 1810. "Fomos testemunhas de um evento que, sem lugar para dúvidas, constitui um golpe de Estado parlamentar contra a legítima presidente do Brasil, Dilma Rousseff", frisou.
Nicolás Maduro considerou que o processo de destituição de Dilma Rousseff "faz parte de uma ofensiva imperialista para acabar com os governos populares e para implementar outra vez um modelo neoliberal repressivo". "Estão brincando com a vontade do povo", disse. "A Venezuela bolivariana solidariza-se com a presidente Dilma, com o povo do Brasil e condena o golpe de Estado", acrescentou.
Por outro lado, pediu aos venezuelanos para estarem em alerta e defenderem a causa independentista e reivindicarem o projeto de integração latino-americana de Simón Bolívar (1783 - 1830), o militar e líder político que teve um papel destacado na independência da Bolívia, Colômbia, Equador, Panamá, Peru e Venezuela. "Não podemos falhar à causa de Bolívar, à causa da América", afirmou.
No último domingo, a Câmara dos Deputados do Brasil aprovou, por 367 votos contra 137, sete abstenções e duas ausências a continuação do processo de destituição da presidente Dilma Rousseff, que passou para o Senado.
O texto aprovado na Câmara dos Deputados alega que há indícios de que a presidente cometeu um crime de responsabilidade ao praticar as chamadas "pedaladas fiscais" (atraso na transferência de dinheiro devido pelo Governo aos bancos para melhorar as contas públicas).
Outra acusação que pesa contra Dilma Rousseff destaca que ela autorizou despesas extras sem a aprovação do Congresso, ação que viola a Lei de Orçamento.
Se for condenada, será afastada da Presidência e perderá o direito de exercer cargos públicos por oito anos.
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