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Maioria das prostitutas brasileiras no exterior é vítima de tráfico humano


Juliana Andrade
 Agência Brasil

Setenta mil brasileiras trabalham como prostitutas na América do Sul e em países como Espanha e Japão. A maioria delas é vítima de tráfico de seres humanos.

Os dados fazem parte do relatório Situação da População Mundial 2006, divulgado hoje (6) pelo Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA). Este ano, a publicação trata principalmente do tema mulheres e migração internacional.

O tráfico de seres humanos movimenta, mundialmente, entre US$ 17 bilhões e R$ 18 bilhões por ano, aponta o relatório. É a terceira atividade ilícita mais lucrativa, perdendo apenas para o tráfico de drogas e de armas.

Em todo o mundo, o número de vítimas, entre homens e mulheres, chega a 2,45 milhões. Desse total, 80% são mulheres e meninas. Entre 600 mil e 800 mil, são pessoas traficadas por fronteiras internacionais.

A representante do UNFPA no Brasil, Tania Cooper Patriota, elogiou a iniciativa do governo de elaborar a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas. Segundo ela, a Organização das Nações Unidas (ONU) apóia a medida, cujas diretrizes que devem ser apresentadas ainda este mês.

"A vantagem que essa política teria é a maior atenção à prevenção do tráfico e a sanções contra as pessoas envolvidas. Ela tem várias dimensões, e uma delas também é a visibilidade maior desses problemas e a sensibilização das comunidades em relação ao assunto".

Um dos problemas que vítimas de tráfico humano enfrentam é o fato de, muitas vezes, os aliciadores apreenderem os documentos das mulheres. "Isso as deixa sem ter como fugir e sem poder se identificar quando estão tentando fugir".

Por isso, acrescenta Patriota, é importante que os países de destino ofereçam serviços de assistência a essas vítimas, e que elas recebam informações sobre onde podem buscar abrigo e ajuda até serem repatriadas.

Outra dificuldade é que, no caso das trabalhadoras domésticas, as migrantes não são protegidas por leis trabalhistas. De acordo com o relatório, apenas 19 países têm leis em vigor que protegem essas trabalhadoras.    

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