Uma multidão de 22 mil pessoas se reuniu hoje (8) no centro de Hamburgo, na Alemanha, para um último protesto durante o encontro do G20. O evento reúne líderes das 20 maiores potências mundiais e nos últimos dois dias foi marcado pela violência durante manifestações que opuseram extremistas de esquerda e a polícia. As informações são da agência de notícias alemã DPA.
A polícia de Hamburgo – que na sexta-feira (7) teve que solicitar reforços urgentes de outras localidades alemãs, chegando ao número de 21 mil agentes nas ruas – disse acreditar que também haverá atos violentos no protesto deste sábado, realizado sob o lema “Solidariedade sem fronteiras em vez de G20!”.
O prefeito de Nova York, Bill de Blasio, um dos principais críticos do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deve discursar mais tarde durante o protesto, numa visita surpresa à Alemanha, em apoio à manifestações contra o G20.
Ao menos 213 policiais ficaram feridos e 265 manifestantes foram presos até o momento, disse uma porta-voz da polícia. Até o momento, não foram divulgados números confiáveis sobre o número de manifestantes feridos. O número de detidos passou a ser contado a partir de 22 de junho, quando as atividades contra o G20 começaram.
Operações de limpeza estão em curso neste sábado por toda a cidade, após uma noite de protestos violentos na sexta-feira, quando manifestantes saquearam supermercados e lojas, ergueram barricadas, atearam fogo a latas de lixo e atacaram viaturas. Ao todo, 77 pessoas foram levadas à delegacia ao longo da noite de sexta.
Imagens de televisão mostraram policiais entrando à força em edifícios e ocupando telhados enquanto helicópteros com holofotes circulavam sobre o distrito de Schanzenviertel, epicentro dos protestos anticapitalismo. Veículos blindados foram utilizados para retirar barricadas.
O porta-voz da polícia de Hamburgo, Timo Zill, que foi atingido por manifestantes na quinta-feira, mas conseguiu escapar em uma ambulância, disse ao jornal alemão Bild que as forças de segurança da cidade “nunca passaram por esse nível de ódio e violência”.
Os organizadores das manifestações, como os grupos esquerdistas que se reúnem no teatro Rote Flora e o grupo ativista antiglobalização Attac, têm buscado se distanciar de atos violentos.
Andrea Blechschmidt, do Rote Flora, disse à emissora pública NDR que os protestos “tomaram vida própria". "Achamos que isso está errado, tanto politicamente como em termos de seu conteúdo”.
“A manifestação tem a ver com deixar claro que os líderes do G20 são responsáveis pela guerra e a fome no mundo, e não com atear fogo a filiais (de supermercados) ou carros de moradores”, disse Blechschmidt.
Os episódios violentos tiveram início no protesto chamado “Bem-vindo ao Inferno”, na quinta-feira, e voltaram a se intensificar na sexta à noite. Embora as manifestações sejam sobretudo contra o G20, por vezes se tornaram uma questão de enfrentamento da polícia.