Terça-feira, 13 de março de 2012 - 07h02
Renata Giraldi*
Agência Brasil
Brasília - O presidente da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Nassir Abdulaziz Al Nasser, disse ontem (12) que o número de mortos na Síria ultrapassa 8 mil. Há um ano, o país vive uma onda de violência e repressão devido a conflitos entre manifestantes e agentes de segurança do governo do presidente Bashar Al Assad. A oposição apela para uma intervenção militar na região. O assunto é tema de reunião hoje (13) em Istambul, na Turquia.
Al Nasser disse que muitas vítimas são mulheres e crianças e que a comunidade internacional tem de agir o mais rápido possível. Segundo ele, se o Conselho de Segurança da ONU não agir, a Assembleia Geral das Nações Unidas “estará pronta para tomar atitudes”.
Para a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, o Conselho de Segurança não pode ficar em silêncio quando o “governo massacra seu próprio povo”. Integrantes do Conselho Nacional Sírio, organização da oposição, vão se reunir hoje (13) com o enviado da ONU e da Liga Árabe à Síria, Kofi Annan, na Turquia.
A oposição defende uma intervenção militar na Síria para por fim à repressão. Para os oposicionistas, a ação é urgente, pois apenas na cidade de Homs 47 pessoas foram mortas ontem. Annan pediu para Assad tentar o diálogo, mas ele se recusou, alegando que não conversa com terroristas.
Em comunicado divulgado durante entrevista em Istambul, o Conselho Nacional Sírio pediu uma ação rápida da comunidade internacional. O conselho quer intervenção militar, a criação de uma zona de exclusão aérea e a implantação de corredores humanitários.
"Para por fim à violência, não bastam comunicados e promessas vazias", disse Burhan Ghalioun, representante dos opositores. Porém, no que depender de Annan não haverá intervenção militar na Síria. Segundo ele, a "morte de civis deve parar imediatamente". Na Síria, faltam água e eletricidade, e as linhas telefônicas foram cortadas.
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu ontem e a comunidade internacional pediu, mais uma vez, que a China e a Rússia, integrantes permanentes do órgão, posicionem-se a favor de uma resolução. Os dois países bloquearam todas as tentativas de um texto condenando a violência.
*Com informações da emissora pública de rádio da França, RFI, e da BBC Brasi//Edição: Graça Adjuto
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