Sábado, 7 de novembro de 2009 - 18h13
Por Susan Anyangu, da IPS
Nairóbi – Depois de 20 anos de testes, cientistas anunciaram que estão prestes a apresentar uma vacina contra a malária. Porém, especialistas alertam que a África pode não estar preparada para seu uso, que seria aprovado dentro de uns cinco anos. A Organização Mundial da Saúde estima que houve 247 milhões de casos dessa doença em 2006, causando cerca de um milhão de mortes, a maioria de crianças africanas. A vacina RTS,S, desenvolvida pela empresa GlaxoSmithKline Biologicals, é a primeira a demonstrar ter grande eficácia contra a enfermidade. Agora está na fase três, com testes em sete países africanos, antes de ser distribuída oficialmente.
A RTS,S foi criada especificamente para ser administrada na África, mas o professor Wilfred Mbachan, especialista em biotecnologia e saúde pública da Universidade de Yaoundé (Camarões), alertou que se os governos deste continente não se prepararem de forma adequada poderão privar milhões de pessoas do acesso à vacina. “Enquanto buscamos um avanço no desenvolvimento da vacina, devemos começar a falar com os governos africanos e dizer-lhes como devem se preparar para recebê-la. Necessitam preparar uma política que facilita sua inclusão no Program Expandido de Imunização”, disse Mbacham.
Os sistemas regulatórios nos países africanos, que deverão aprovar o uso da vacina, são débeis, acrescentou o especialista. Os governos também têm de pensar como financiar as campanhas de imunização e definir os detalhes sobre onde, como, em quais grupos de pessoas prevalece a malária em cada país. “As nações africanas terão de começar a pensar sobre o financiamento e como terão acesso à vacina. Embora seja uma possibilidade o Fundo Global da Saúde fornecer o dinheiro para isto, os governos precisam explorar outros métodos inovadores de financiamento”, acrescentou Mbacham.
A RTS,S está destinada principalmente a bebês: menores de 5 anos são os mais vulneráveis à malária. Depois de quase duas décadas de pesquisa e 10 anos de testes, é a primeira a alcançar a fase três, a última de testes. “Os estudos da fase dois mostraram que a vacina reduziu os episódios clínicos de malária em 53% sobre um período de acompanhamento de oito meses. Já nos testes da fase dois no sul de Moçambique, com crianças, demonstraram que a RTS,S é eficaz durante pelo menos 18 meses na redução da malária clinica em 35% e da severa em 49%”, afirmou.
“A vacina também mostrou uma promissora segurança e perfil de tolerância quando foi usada junto com outras vacinas padrões da OMS”, disse o médico Joe Cohen, coinventor da RTS,S. Os testes da fase três avaliarão a eficácia da vacina em dois grupos infantis, um com idades entre seis e 12 semanas e outro entre cinco e 17 meses. A vacinação acontecerá em sete países africanos: Burkina Faso, Gabão, Gana, Quênia, Malawi, Moçambique e Tanzânia.
Especialistas em saúde explicaram que a iminente aprovação do uso da vacina não significa que as pessoas podem descartar as atuais medidas de prevenção à malária, como uso de redes contra mosquitos tratadas com inseticidas ou a fumigação dentro das casas. “Essas tecnologias funcionaram até agora, e as comunidades devem continuar utilizando-as. Uma vez aprovada a vacina, estas medidas continuarão sendo usadas. De fato, já se investiga sobre o fortalecimento dos inseticidas para fazer com que durem mais”, afirmou Michael McDonald, do programa contra a malária da Agência para o Desenvolvimento Internacional, dos Estados Unidos.
Fonte: IPS/Envolverde
(Envolverde/IPS)
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