Manila – A organização Médicos sem Fronteiras (MSF) alertou para a vulnerabilidade das crianças afetadas pelo Tufão Haiyan nas Filipinas e para um cenário de uma eventual propagação de doenças como cólera ou o tétano.
Em comunicado, a organização não governamental diz ter identificado os primeiros casos de tétano em Guiuan, na Ilha de Samar, a primeira a ser golpeada pelo tufão Haiyan e uma das últimas a receber assistência humanitária. Segundo o mais recente balanço oficial, o Tufão Haiyan, um dos mais poderosos que atingiu as Filipinas há uma semana, matou 3.621 pessoas.
“Antecipamos um aumento significativo de complicações respiratórias e de diarreia entre a população infantil”, disse o presidente da MSF na Espanha, José Antonio Bastos, alertando para a existência de um número expressivo de feridos, com diferentes graus de gravidade, com “potencial enorme” de piorar, caso não recebam tratamento.
O mesmo responsável advertiu ainda, em declarações citadas pela agência EFE, para o risco de infecções epidémicas – como a cólera e, em particular, a leptospirose, provocada por uma bactéria transmitida pela urina e fezes de ratos na água em contacto com as pessoas. Uma infeção que “pode ser grave e potencialmente mortal sem tratamento”, explicou.
Em Guiuan, as equipas da MSF encontraram o hospital completamente destruído, tendo montado clínicas móveis nas quais assistem os feridos. Depois de “enormes dificuldades e um ‘pesadelo’ logístico”, a MSF disse ter alcançado as quatro ilhas mais afetadas – Leyte, Samar, Panay e Cebu –, onde encontraram um cenário de destruição e uma situação climática adversa.
O Haiyan arrasou cerca de 90% de Guiuan (Samar), mais de 70% de Tacloban (Leyte) e metade da cidade de Roxas (Panay), na zona central do arquipélago.
Com cerca de uma centena de profissionais em terra e aproximadamente 200 toneladas de ajuda – que vai ser reforçada nos próximos dias –, a MSF tenta chegar às áreas mais remotas que mais preocupação geram pelo seu isolamento.
Fonte: Agência Brasil / Foto ilustrativa da capa/Reuters