Brasília – As articulações para criação de um bloco regional na América do Sul tiveram início há cerca de 40 anos, mas só avançaram de fato a partir da década de 80 do século passado, com acordos entre o Brasil e a Argentina e, posteriormente, com o Uruguai e o Paraguai. Em seguida, o Chile, o Equador, a Colômbia, o Peru e a Bolívia foram incorporados ao bloco como países associados. Há, ainda, membros observadores: o México e a Nova Zelândia.
Em 1991, houve a formalização do Tratado de Assunção, que uniu Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai. Em 31 de julho deste ano, a Venezuela foi incorporada ao grupo. Paralelamente, está em negociação o ingresso do Equador e da Bolívia – as negociações estão mais avançadas com os equatorianos.
O processo de adesão da Venezuela ao Mercosul consumiu seis anos de articulações e, até julho, quando foi oficializada a entrada do país, dividia opiniões no Brasil e nos demais países do bloco. No Brasil, houve intensa articulação da base aliada no Congresso Nacional para conseguir a aprovação.
O momento final das negociações foi em meados deste ano, durante uma crise no Paraguai. Na época, o presidente Fernando Lugo, que era favorável à incorporação dos venezuelanos, mas não contava com o apoio do Congresso para chancelar a decisão, sofreu processo de impeachment e foi destituído do cargo em junho.
Sem a aprovação do Congresso, o Paraguai não votou a favor da entrada da Venezuela no Mercosul. Porém, essa postura não pesou na decisão dos demais membros porque, quando foi aprovada a adesão dos venezuelanos, o Paraguai estava suspenso do bloco.
Enquanto isso, bolivianos e chilenos disputam judicialmente uma questão territorial.