247 - Integrantes da delegação brasileira se retiraram nesta segunda-feira, 25, da sessão plenária do Parlasul, o parlamento do Mercosul, em Montevidéu.
Decisão ocorreu um dia depois do presidente da entidade, o deputado argentino Jorge Taiana, classificar como golpe o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. Para Taiana, o julgamento político é uma "situação escandalosa". "Isto é um golpe parlamentar, é uma utilização forçada da lei de impeachment", diz o deputado em nota.
Além da nota, 17 dos 20 membros ficaram inconformados com o fato de terem sido colocados na última fileira de assentos no local reservado à solenidade
"Nós ficamos surpresos quando hoje vimos no site oficial do Parlasul uma declaração irresponsável do presidente em relação ao processo de impeachment que acontece no Brasil", disse o deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), membro da delegação. "A designação dos lugares foi uma consequência do que Taiana diz no site. Foi uma retaliação para humilhar a delegação brasileira", afirmou. Entre os congressistas brasileiros que também se retiraram estava o senador Roberto Requião (PMDB-PR).
Os três brasileiros que permaneceram na solenidade são os deputados Jean Wyllys (PSOL-RJ), Benedita da Silva (PT-RJ) e Ságuas Moraes (PT-MT). Pelo Twitter, Jean Wyllys chamou de "arrogante e indecorosa" a postura dos parlamentares que se retiraram. O deputado ainda lamentou que os ausentes "perderam a chance de ouvir as autoridades do Mercosul se dizerem preocupadas com o que está acontecendo no Brasil".