A Rússia considera "inaceitável" qualquer tipo de ameaça dos Estados Unidos contra a "liderança legítima" da Síria, disse nesta terça-feira (28) o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
Ele acrescentou que para o governo é "igualmente inaceitável e inadmissível a utilização de materiais químicos."
As declarações do porta-voz do Kremlin foram dadas depois da advertência feita ontem à noite pelo porta-voz da Casa Branca, Sean Spicer, que acusou o regime do presidente sírio, Bashar al Assad, de preparar um novo ataque com armas químicas na Síria e sustentou que, se isso acontecer, o Executivo em Damasco pagará "um alto preço".
"Não sabemos em que se baseia esta declaração e, claro, rejeitamos categoricamente que sejam usadas as palavras "outro ataque", porque, apesar de todas os pedidos russos, não houve uma investigação internacional imparcial sobre a tragédia anterior com o emprego de substâncias químicas tóxicas", afirmou Peskov.
Por isso, segundo ele, a Rússia não pode responsabilizar o regime sírio pelo incidente e disse que "existe um perigo potencial" de que se repitam "provocações" com uso de armas químicas na Síria para culpar ao regime de Bashar al Assad.
"Os terroristas do Estado Islâmico e outros grupos criminosos já usaram substâncias tóxicas mais de uma vez", afirmou.
Em comunicado, o porta-voz da Casa Branca disse ontem que as atividades são "similares" aos preparativos que o regime sírio fez antes do ataque químico de 4 de abril, mas não detalhou onde nem quando detectou esses "potenciais preparativos" do regime para um novo ataque químico.
"Se Assad fizer outro assassinato em massa usando armas químicas, ele e as suas forças armadas pagarão um alto preço", declarou Spicer.