A cidade de Mossul, no Norte do Iraque, comemorou pela primeira vez nesta sexta-feira (1°), em meio a fortes medidas de segurança, a festa muçulmana do Sacrifício após o fim da ocupação do grupo terrorista Estado Islâmico (EI). As informações são da Agência EFE.
Este ano, Mossul festeja tanto o Eid al Adha (nome árabe da festa) como a vitória sobre os terroristas, que foram finalmente derrotados em julho passado, nos dias posteriores à outra grande festa muçulmana, o Eid al Fitr, que encerra o mês santo do Ramadã.
Para isso, os moradores de Mossul recuperaram todas as tradições que o EI tinha proibido na cidade, como cantar "Deus é grande, é único e Maomé é seu profeta", um cântico que os jihadistas vetavam durante estas datas por não se ajustar a sua visão radical do Islã.
Além do típico sacrifício de gado, comum em todos os países muçulmanos, alguns cidadãos de Mossul voltaram a fazer bolos que antes não podiam, devido à extrema pobreza na qual viveram durante a ocupação do EI.
O pesquisador Omar al Haiali disse à Agência EFE que os cidadãos manifestaram sua alegria comprando roupas típicas, bem como os ingredientes dos bolos chamados de Al Calija, que levam farinha, gergelim, nozes e cardamomo.
Os habitantes da cidade, a terceira maior do Iraque, também foram às mesquitas para a oração matutina do primeiro dia de festa e voltaram a visitar os cemitérios para homenagear seus mortos, algo que o EI também havia proibido desde que dominou a região, em julho de 2014.
Nos mercados como o de Nabi Yunes, Al Muzana e Al Zohur, lotados de clientes, havia uma intensa presença das forças de segurança, cujos soldados revistavam os transeuntes e proibiam a entrada de veículos.
O comandante das operações militares da região, general Naym al Jaburi, disse à EFE que milhares de soldados das forças de segurança foram posicionados nas ruas de Mossul, parte deles à paisana, e permanecerão durante os quatro dias da festa para evitar possíveis ataques.