Sexta-feira, 8 de março de 2013 - 07h03
Gilberto Costa
Agência Brasil/EBC
Lisboa - A exemplo do que ocorre no Brasil, o gênero marca a divisão do trabalho entre os setores de atividade econômica em Portugal. Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatísticas (INE) mostram que as mulheres são maioria entre trabalhadores de saúde (74,2%), da educação (64,2%) e das ocupações de hotelaria e restaurante (55,5%).
Em 2011, cinco atividades absorviam 37,3% da mão de obra feminina em Portugal: limpeza, comércio, escritórios, magistério e cuidados pessoais nos serviços de saúde. Há grande participação de brasileiras nas ocupações de limpeza.
Entre os setores com baixa participação feminina estão a construção civil (8,9%), o transporte e a armazenagem (18,5%), a agricultura e pesca (29,5%). No conjunto, as mulheres lusitanas ocupam 42,5% dos postos de trabalho em empresas não financeiras – situação semelhante ao Brasil, onde elas somavam 45,6% do mercado de trabalho em 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o INE, cerca de 2,1 milhões de mulheres trabalhavam em março de 2011 (época do censo populacional), o que correspondia a 47,8% do total da população feminina de Portugal. As chances de emprego são maiores entre as mulheres com curso superior (60,3%) e menores entre aquelas que estudaram até o 9º ano, o que corresponde ao ensino fundamental no Brasil (41,9%).
Como também ocorre no Brasil, as mulheres são minoria nos postos de comando, os que têm salários maiores. Apenas um terço dos trabalhadores classificados como “dirigentes” eram mulheres. No caso das 20 maiores empresas portuguesas, apenas 6% dos membros dos conselhos de administração dessas companhias eram mulheres – o índice é 7,7 pontos percentuais abaixo da média dos 27 países que formam a União Europeia e está 40% abaixo da meta definida pela Comissão Europeia para 2020.
De acordo com o INE, o desemprego em Portugal (que está em recessão econômica) afeta ligeiramente mais as mulheres do que os homens. O país encerrou o ano passado com 17,1% de desempregadas e 16,8% de desempregados.
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