Quinta-feira, 8 de março de 2012 - 07h27
Renata Giraldi*
Agência Brasil
Brasília – Na Grécia hoje (8) é o chamado Dia D, a data-limite para saber se a operação de reestruturação da dívida do país será bem-sucedida. As autoridades gregas esperam que o suspense acabe à noite. A troca de 206 bilhões de euros de títulos da dívida está em discussão. Um calote desordenado poderia custar 1 trilhão de euros para a economia mundial.
De acordo com os analistas econômicos, se a operação fracassar, o governo grego entrará oficalmente em falência, pois não terá mais condições de pagar os credores. A resposta virá em uma reação em cadeia, pois os gregos não poderão receber a parcela de 130 bilhões de euros da União Europeia.
Para a concessão do perdão de 107 bilhões - o equivalente à metade da dívida grega - é preciso que pelo menos 75% dos credores aceitem renegociar os papéis soberanos gregos. Mas o ideal seria que a taxa de participação chegasse a 90%. O Instituto de Finança Internacional (IIF) apresentou uma lista com 30 nomes de bancos e fundos de investimento, sobretudo europeus, que apoiam publicamente o plano.
Até o momento, cerca de 40% dos credores, entre grandes bancos e fundos de investimento, confirmaram a adesão ao plano de troca. As autoridades gregas e europeias procuram mostrar otimismo e dizem que as expectativas são positivas. Mas o sucesso da operação ainda é incerto, segundo os analistas.
No entanto, as dificuldades aumentam porque um quarto da dívida grega está pulverizada nas mãos de centenas de fundos especulativos e de instituições que ainda não se pronunciaram sobre a operação. Pequenos investidores individuais também resistem em aceitar um calote parcial. Muitos deles são gregos e temem, em meio à grave crise que atinge o país, perder parte do patrimônio aplicado em papéis da dívida.
*Com informações da emissora pública de rádio, RFI//Edição: Graça Adjuto
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