Sábado, 2 de março de 2013 - 11h18
Renata Giraldi*
Agência Brasil
Brasília – A dois dias da primeira reunião do Colégio de Cardeais, na segunda-feira (4) às 9h30, a expectativa para o início do conclave (quando será eleito o futuro papa) aumenta. O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, disse, porém, que a data para o começo da reunião pode não ser definida no dia 4. Segundo ele, não estão programadas missas nem celebrações na segunda-feira. Não há data definida para o início do conclave, nem prazo para a sua conclusão.
"Não foi decidido [quando começa o conclave], nem se deve esperar para segunda-feira a decisão sobre seu início”, disse Lombardi.
Para o período denominado sé vacante (sem papa), foram emitidos selos e um carimbo relativo à renúncia de Bento XVI. Nos próximos dias, segundo o porta-voz, deverão circular as novas moedas cuja cunhagem deverá fazer referência à sé vacante.
O conclave (em latim significa com chave) é a reunião na qual os cardeais elegem o sucessor de Bento XVI. Os eleitores ficam enclausurados (fechados) até a definição do nome. Antes do conclave, os cardeais participam de uma missa na Basílica de São Pedro, depois seguem para a Capela Sistina. Os cardeais fazem um juramento de sigilo e, em seguida, participam de um ritual de meditação.
Os cardeais que votam são aqueles que têm menos de 80 anos. Pelos dados do Vaticano, estarão aptos 115 eleitores, dos quais cinco são brasileiros. Podem faltar apenas aqueles que justificarem a ausência ao Vaticano. O voto é manual e individual, sendo que os cardeais escrevem à mão, em um papel retangular, o nome do escolhido e são orientados a disfarçar a letra.
Podem ser realizadas até 33 votações seguidas. No caso de não haver consenso, a última rodada é definida entre os dois mais votados. A eleição depende de dois terços dos votos dos presentes. A contagem dos votos é feita em três grupos formados por cardeais que contam e recontam as cédulas. Os nomes são lidos em voz alta e as cédulas, em seguida, são costuradas com linha e agulha.
Ao fim de cada votação, as cédulas são queimadas em um forno, colocado na capela. Antigamente, misturava-se palha para dar a cor à fumaça. A fumaça escura é sinal que não foi escolhido o papa. Se a fumaça for branca, representa que já há um papa.
Uma vez escolhido o papa, o eleito diz se aceita e o nome que deseja usar. Ele é reverenciado por cada um dos cardeais presentes. O anúncio oficial é feito pelo chamado cardeal emérito – o mais antigo entre os presentes. O cardeal anuncia: “Habemus papam”, em latim, que significa “temos papa”. O novo papa aparece na varanda da Basílica de São Pedro.
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