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No Egito, confronto entre torcedores e polícia mata criança


Renata Giraldi*
Agência Brasil


Brasília - Torcedores indignados com a suspensão do time egípcio de futebol Al Masry se envolveram em um confronto violento com policiais e militares em Port Said, no Egito. Um estudante, de 13 anos, foi morto e várias pessoas ficaram feridas. O tumulto ocorreu após o anúncio sobre a suspensão do Al Masry por dois anos, como punição por um confronto violento em seu estádio, em fevereiro, em que 74 pessoas foram mortas.

Com a medida, o time ficará impedido de participar de competições até o final de 2013. Em meio aos confrontos, um estudante morreu após ser levado ao hospital com um tiro nas costas. Há informações de que mais pessoas tenham sido atingidas por tiros. Os embates envolveram militares do Exército.

O time do Al Ahly, que disputava o jogo contra o Al Masry em fevereiro, também sofreu uma punição, porém mais branda. A equipe terá de disputar quatro jogos sem a presença da torcida. O treinador e capitão da equipe foram suspensos e terão de pagar multas.

Os torcedores do Al Ahly, que foram o principal alvo da violência da torcida rival em fevereiro, consideraram a punição aplicada ao Al Masry muito branda e anunciaram que farão amanhã (25) um protesto no estádio de sua equipe. Os dois times são rivais históricos cujos jogos sempre exigiram segurança reforçada.

Em fevereiro, quando houve confrontos entre as equipes, o jogo terminou com a vitória do Al Masry sobre o rival por 3 a 1. Ao final da partida, os torcedores do time vencedor invadiram o campo e agrediram os jogadores e torcedores do Al Ahly. O confronto provocou uma série de protestos violentos e choques com as forças de segurança que causaram morte de 16 pessoas.

Na semana passada, o promotor-chefe do Egito indiciou 75 pessoas por assassinato ou negligência pelo confronto de fevereiro. Nove policiais estavam entre os punidos. Alguns torcedores de futebol no Egito, conhecidos como ultras, são famosos pela violência.

De acordo com investigações policiais, os ultras também tiveram um papel relevante nos protestos que provocaram a renúncia do então presidente Hosni Mubarak, em 11 de fevereiro de 2011.

Ontem (23), o governo dos Estados Unidos anunciou a retomada da ajuda militar ao Egito. A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, disse que uma ajuda financeira de US$ 1,3 bilhão (cerca de R$ 2,3 bilhões) será enviada ao Egito para o setor militar. Segundo ela, o repasse é fundamental, porque faz parte dos interesses da segurança nacional norte-americana.

De acordo com o Departamento de Estado, o objetivo a longo prazo dos Estados Unidos é manter uma parceria estratégica com o país, seu parceiro mais importante no mundo árabe.

*Com informações da BBC Brasil
 

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