Quinta-feira, 25 de dezembro de 2008 - 08h44
Coitado do velho. Neste Natal, para usar uma expressão do presidente Lula, ele "sifu". O saco está cheio de sapatos de curto, médio e longo alcance.
Os americanos encomendaram 18 mil pares, os europeus 95 mil e até os iraquianos, que não acreditam em Papai Noel, encomendaram 15 mil pares do modelo até então conhecido como Ducati 271, e agora rebatizado de "modelo Bush", mais famoso que os sapatos da Imelda Marcos, mais mágicos do que o sapatinho da Cinderela.
Há críticas a Muntadar al-Zaidi, que abusou de sua condição de jornalista, mas Conan O'Brien disse que ele vai ser recebido no céu por setenta e duas não só virgens, mas também pedicures.
Craig Fergusson disse que Oliver Stone já está planejando um novo filme sobre o incidente porque deve haver um segundo arremessador. Ninguém consegue tirar e lançar sozinho dois sapatos em quatro segundos.
Jay Leno, da NBC, pegou pelo ângulo da economia americana: Vai tão mal que muita gente agora fica atrás de Bush para recolher sapatos.
Esta semana, o convidado da nosso programa - Manhattan Connection - foi Roger Cohen, o ex-editor internacional do New York Times, e atual colunista do jornal e do Herald Tribune.
Roger acha que jornalistas não devem jogar sapatos nem mesmo em ineptos presidentes americanos, mas diz que "foram dois sapatos pela democracia".
"Se tivessem sido arremessados na época de Saddam Hussein, não só o jornalista, como a família e os amigos dele, teriam sido aniquilados no mesmo dia. Al-Zaidi está vivo, mas isto não significa que a democracia chegou ao Iraque."
Roger já esteve três vezes na Zona Verde de Bagdá, "um símbolo vergonhoso". Al-Zaidi está preso por insultar um líder estrangeiro, mas a Zona Verde é um insulto aos iraquinos. Como pediu Reagan num dos seus raros grandes momentos, "Mr. Gorbachev, derrube este muro". Os muros que cercam a Zona Verde de Bagdá precisam cair como o muro de Berlim.
Quando a estátua de Saddam Hussein foi derrubada na invasão de Bagdá, centenas de iraquianos jogaram sapatos na imagem do ex-ditador e milhões de americanos aprenderam que, no mundo árabe, arremessar sapatos contra alguém é uma terrível forma de insulto. Mas a mensagem do sapato não é só árabe e nem sempre negativa.
Karl Rove, guru da Casa Branca, conhecido como cérebro de Bush, foi cercado por estudantes quando saía da American University College e seu carro foi bombardeado com sapatos.
A finíssima ex-secretária de Estado, Madeleine Albright, num estúdio de televisão, arremessou o sapato dela contra o neo-liberal Richard Perle.
O primeiro-ministro da Tailândia, Somchi Wongswat, enfretou uma bateria de sapatos dos adversários políticos numa das várias crises do país.
No teatro Apollo, em Nova York, as vaias costumam vir acompanhadas de sapatos e em agosto, no festival de música de Reading, na Inglaterra, o grupo FFers foi expulso do palco por sapatos, lama e garrafas de cerveja.
Até entre nós. No estádio de Vila Belmiro, quando o time perdeu de um a zero contra o Botafogo, a torcida do Santos atirou sapatos em campo aos gritos de "fora Pelé", que na época era presidente do Clube.
Mas há também o sapato arremessado no bom sentido. Larry Fitzgerald, jogador de baseball dos Cardinals, depois de uma jogada decisiva, arremessou seu sapato para a torcida, que foi disputado a tapas. No reinado dos Tudors os noivos não recebiam arroz. Sapatos neles para dar sorte no casamento.
Será que o velho e camarada Papai Noel está feliz com seu saco de sapatos políticos? Talvez preferisse carga mais leve como os da cantora Alison Krauss, que foi ao Oscar em 2004 usando um par com 500 diamantes e que valia US$ 2 milhões. Ou os de rubi de Dorothy, do Mágico de Oz. Foram arrematados por US$ 665 mil.
Quanto arrecadariam os sapatos de al-Zaidi num leilão? Novos custam US$ 40. Arremessar um par no presidente Bush? Não tem preço...
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