Terça-feira, 3 de abril de 2012 - 15h04
Thais Leitão
Agência Brasil
Rio de Janeiro - A subsecretária-geral de Assuntos Humanitários da Organização das Nações Unidas (ONU), Valerie Amos, disse hoje (3) que cerca de 1 milhão de pessoas na Síria precisam de ajuda. A estimativa foi feita com base em avaliações negociadas com as autoridades locais, que permitiram que representantes das Nações Unidas e do Crescente Vermelho tivessem acesso a determinadas cidades.
“Fizemos ao governo da Síria algumas propostas de acesso a populações atingidas que não foram aceitas. As autoridades permitiram, no entanto, que as Nações Unidas e o Crescente Vermelho tivessem acesso para avaliar algumas cidades, inlcuindo Homs. As avaliações acabaram na semana passada e concluímos que 1 milhão de pessoas precisam de ajuda”, disse ela, no Rio de Janeiro.
Segundo Amos, as principais necessidades estão relacionadas ao acesso a tratamento médico, remédios, alimentos e apoio psicológico, especialmente para as crianças, muito abaladas por causa dos conflitos. Para ela, o maior desafio das Nações Unidas, neste momento na região, é negociar com o governo sírio a retirada de obstáculos à entrada de ajuda internacional para garantir assistência à população.
A subsecretária-geral da ONU relatou que, quando esteve na Síria, há três semanas, encontrou regiões “completamente destruídas”, como o bairro de Baba Amr, em Homs, fortemente atingido pela ação das forças do governo contra insurgentes nos últimos dias.
“O que eu encontrei lá foi um lugar extremamente quieto, com o comércio fechado e as ruas vazias. Baba Ama está completamente destruído, nenhuma construção está intacta e poucas famílias voltaram para tentar recuperar alguns pertences”, contou. “Há cerca de 10 mil voluntários do Crescente Vermelho na Síria, mas o acesso às populações ainda é o grande problema”, acrescentou.
Valerie Amos faz uma visita de dois dias ao Brasil. Ontem (2), em Brasília, se encontrou com o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota; o ministro da Defesa, Celso Amorim; e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, para discutir mecanismos de fortalecimento da relação com o Brasil para os temas humanitários. Hoje, no Rio de Janeiro, ela se encontra com o prefeito Eduardo Paes e com representantes do setor privado e de organizações não governamentais para discutir temas humanitários.
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