Sexta-feira, 16 de maio de 2014 - 09h03
A Organização das Nações Unidas (ONU) alertaram hoje para uma “deterioração alarmante” dos direitos humanos no Leste da Ucrânia, onde o exército combate uma revolução lançada por separatistas pró-Rússia.
Num relatório divulgado hoje (16), a comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, manifestou também preocupação pelos "sérios problemas" de perseguição e intimidação contra os tártaros na Crimeia, território anexado pela Rússia em março, perante a indignação da comunidade internacional.
Em resposta, o porta-voz da diplomacia russa, Alexandr Lukachevich, divulgou comunicado acusando a ONU de “falta de objetividade total” no relatório. “A falta de objetividade total, as contradições revoltantes e a utilização de dois pesos e duas medidas não deixam dúvidas de que os autores (do relatório) cumpriram uma orientação política para ‘branquear’ as autoridades autoproclamadas de Kiev”, afirmou
O relatório da ONU, que cobre o período entre 2 de abril e 6 de maio, cataloga uma lista de "assassinato, tortura e espancamentos, raptos, intimidação e em alguns casos assédio sexual", que estariam sendo cometidos por grupos antigovernamentais no Leste da Ucrânia.
Os governo interino de Ucrânia trava uma ofensiva militar contra separatistas pro-Rússia, que pegaram em armas, após a destituição do presidente Viktor Ianukóvitch apoiado pela Rússia em fevereiro.
Os confrontos ocorrem quase todas as noites, particularmente próximo ao bastião rebelde de Slaviansk, e dezenas de pessoas já morreram desde que Kiev lançou a sua “operação antiterrorista" em meados de abril.
No Leste do país, o relatório afirma que houve aumento "preocupante" dos raptos e detenções ilegais de jornalistas, ativistas, políticos locais, representantes de organizações internacionais e membros das forças armadas.
A ONU manifesta ainda sua preocupação com a deterioração do ambiente para os meios de comunicação no Leste do país, onde os rebeldes proclamaram a independência em duas regiões, após consultas populares por meio de referendos – que são considerados ilegais por Kiev e pelo ocidente.
Na Crimeia, o relatório diz que a anexação da península pela Rússia em março, após um referendo do mesmo gênero, cria dificuldades para residentes, particularmente os tártaros. "Mais de 7,2 mil pessoas originárias da Crimeia – a maioria tártaros – tornaram-se deslocados internos em outras partes da Ucrânia", indica o documento.
*Com informações da Agência Lusa
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