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Papa aos fiéis caldeus: que a misericórdia de Deus alivie as feridas da guerra


  Papa aos fiéis caldeus: que a misericórdia de Deus alivie as feridas da guerra - Gente de Opinião

“Permaneçam firmes na intenção de não ceder ao desencorajamento diante das dificuldades que ainda permanecem não obstante o que foi feito na obra de reconstrução sobretudo da Planície de Nínive” - AFP
 

Cidade do Vaticano (RV) - O Papa Francisco recebeu na Sala Clementina, no Vaticano, nesta quinta-feira (05/10), cerca de vinte membros do Sínodo da Igreja Caldeia.

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A assembleia anual do Sínodo dos Bispos Caldeus se realiza, em Roma, até o próximo dia 8, presidida pelo Patriarca Louis Raphael I Sako. Durante os trabalhos a Igreja caldeia aborda questões eclesiais importantes, dentre as quais migração forçada dos cristãos, reconstrução dos povoados, retorno dos deslocados, direito da Igreja particular, questão litúrgica e pastoral vocacional. 

O Papa aproveitou a ocasião para saudar, através dos membros, os fiéis da amada terra iraquiana, provados duramente, partilhando a esperança pelas notícias recentes que falam de uma retomada da vida e da atividade nas regiões e cidades até agora submetidas à dolorosa e violenta repressão. “Que a misericórdia de Deus possa aliviar as feridas da guerra que ferem o coração de suas comunidades, para que possam finalmente se reerguer. Concluiu-se uma página trágica para algumas regiões de seu país, mas ainda há muito o que fazer”, sublinhou o Papa. 

“Exorto-os a trabalhar incansavelmente como construtores de unidade, sobretudo entre vocês Pastores da Igreja Caldeia e com os Pastoras de outras Igrejas, favorecendo o diálogo e a colaboração entre todos os atores da vida pública, para ajudar a facilitar o retorno dos deslocados e a curar as divisões e as contraposições entre os irmãos. Este compromisso é muito necessário no atual contexto iraquiano, diante de novas incertezas sobre o futuro.” 

“É necessário um processo de reconciliação nacional e de um  esforço conjunto de todas as componentes da sociedade, para alcançar soluções partilhadas para o bem de todo o país.”

O Papa os incentivou a não perderem o ânimo, a esperança e força para trabalhar. “Permaneçam firmes na intenção de não ceder ao desencorajamento diante das dificuldades que ainda permanecem não obstante o que foi feito na obra de reconstrução sobretudo da Planície de Nínive.” 

“Desde os tempos antigos, aquela terra, evangelizada segundo a tradição do Apóstolo Tomé, foi vista pelo mundo como terra de civilização, terra de encontro e diálogo. Por isso, é importante que os cristãos, pastores e fiéis, fortalecidos por essas raízes, se unam na promoção de relações respeitosas e do diálogo inter-religioso entre todas as componentes do país”.

O Papa encorajou os novos aspirantes ao ministério sacerdotal e à vida consagrada, mas ressaltou que “diante da diminuição das vocações que a Igreja está sofrendo”, é preciso “evitar acolher nos seminários pessoas que não foram chamadas pelo Senhor. É necessário examinar bem a vocação dos jovens e verificar sua autenticidade”.

O Pontífice convidou os Pastores da Igreja latina “a repensarem o tema da diáspora, considerando as situações concretas em que vivem as comunidades eclesiais, seja do ponto de vista numérico, seja do ponto de vista da liberdade religiosa”.

“É preciso fazer de tudo para que o Concílio Vaticano II se realize, facilitando o cuidado pastoral nos próprios territórios e nos locais onde as comunidades orientais se estabilizaram há tempo, promovendo ao mesmo tempo a comunhão e a fraternidade entre as comunidades de rito latino a fim de dar aos fiéis um bom testemunho, sem provocar divisões e desentendimentos.”

“O diálogo ecumênico e inter-religioso deve começar sempre de nossa unidade e comunhão católica. Para isso, lhes será de ajuda a Congregação para as Igrejas Orientais”, disse ainda o Papa.

Francisco convidou os bispos a serem paternais com os sacerdotes, seus primeiros colaboradores, e a serem misericordiosos com todos conforme o Pai.

“Que este Sínodo da Igreja caldeia em andamento na Cidade Eterna possa ser um momento profícuo de debate e reflexão fraterna para o bem dessa amada Igreja”, concluiu o Pontífice.

Fonte: rádio Vaticano

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