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Papa quer visitar o Sudão do Sul junto com os anglicanos



Cidade do Vaticano (RV) - Visita histórica do Papa Francisco, na tarde de domingo, à Igreja Anglicana de Todos os Santos, em Roma: nunca um Pontífice tinha ido a essa comunidade que festeja este ano o bicentenário de sua presença na capital italiana.

Uma nova etapa significativa nos 50 anos do início do diálogo ecumênico entre católicos e anglicanos. Durante a visita, Francisco abençoou o novo ícone de Cristo Salvador, e foi oficializada a parceria entre essa paróquia e a paróquia católica de Todos os Santos. Nesta ocasião, o Papa anunciou que está estudando uma viagem ao martirizado Sudão do Sul.

Depois de receber as boas-vindas do Rev. Jonathan Boardman e do bispo Robert Innes, o Papa agradeceu o convite e entrou imediatamente no coração da visita: o desejo de caminhar juntos agora longe da suspeita, da desconfiança e das hostilidades recíprocas do passado. E a sua reflexão começa com o ícone de Cristo Salvador, que ele abençoou:

“Cristo nos olha, e o seu olhar sobre nós é um olhar de salvação, de amor e de compaixão. É o mesmo olhar misericordioso que atravessou o coração dos Apóstolos, que iniciaram um caminho de vida nova para seguir e anunciar o Mestre. Nesta santa imagem, Jesus, olhando-nos, parece dirigir também a nós um chamado, um apelo: “Estás pronto a deixar alguma coisa do teu passado por mim? Queres ser mensageiro de meu coração, de minha misericórdia?”.

E é precisamente a necessidade da misericórdia divina, unida à humildade, seguindo o exemplo de São Paulo, que a comunidade de Corinto foi capaz de superar os mal-entendidos surgidos, a chave para compreender o caminho ecumênico de hoje: “Tornar-se humilde” e “reconhecer-se necessitados de Deus, mendicantes de misericórdia”. É este o ponto de partida - disse o Papa - porque é Deus quem opera”.

Católicos e Anglicanos – disse ainda Francisco -, são chamados a caminhar juntos, através do testemunho concorde da caridade, com o qual se torna visível o rosto misericordioso de Jesus:

“Agradecemos ao Senhor porque entre os cristãos cresceu o desejo de uma maior proximidade, que se manifesta no rezar juntos e no comum testemunho ao Evangelho, sobretudo por meio das várias formas de serviço”.

Às vezes, - continuou o Papa -, o progresso no caminho rumo à plena comunhão pode parecer lento e incerto, mas hoje podemos tirar um encorajamento deste nosso encontro. Pela primeira vez um Bispo de Roma visita a comunidade de vocês. É uma graça e também uma responsabilidade: a responsabilidade de fortalecer as nossas relações em louvor a Cristo, a serviço do Evangelho e desta cidade.

Falando como melhorar as relações à luz de quanto de bom fazem as igreja no Sul do mundo o Papa disse:

“As Igrejas jovens têm uma vitalidade diferente, porque são jovens. Por exemplo, eu estou estudando, os meus colaboradores estão estudando a possibilidade de uma viagem ao Sudão do Sul, porque vieram os bispos, o anglicano, o presbiteriano e o católico, os três juntos a me dizer: “por favor, venha ao Sudão do Sul, apenas um dia, mas não venha sozinho, venha com Justin Welby, o Arcebispo de Cantuária. Deles, Igreja jovem, veio essa criatividade. E estamos pensando se isso pode ser feito, apesar da situação estar muito ruim lá ... Mas devemos fazê-lo, porque eles, os três juntos, eles querem a paz e eles trabalham juntos pela paz”.

Portanto, continua viva a intenção da Declaração Conjunta assinada em outubro passado entre o Papa Francisco e o primaz da Comunhão Anglicana, Justin Welby: a vontade de ir além dos obstáculos em direção da plena unidade e o desejo de um caminho ecumênico, que não seja apenas teológico, mas nas ações concretas sobre questões comuns, tais como o cuidado da criação, a caridade e a paz. (SP)

Fonte:  rádio Vaticano

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