Sexta-feira, 5 de dezembro de 2008 - 12h28
A Amazônia, com suas lendas e mitos, sua música, seu povo e seu líder - na figura do ambientalista Chico Mendes, morto há 20 anos - são atração no Natal da capital britânica.
O espetáculo Amazônia, uma peça musical que reúne atores britânicos e brasileiros, com roteiro dos ingleses Paul Heritage e Colin Teevan, cenografia do gaúcho Gringo Cardia e coreografias do brasileiro Jean Abreu, estreou nesta semana no tradicional teatro Young Vic, no West End londrino.
Cenografia de Gringo Cardia usa materiais reciclados num palco em forma de arena |
"Há 25 anos, quando fazíamos manifestações, sempre gritávamos os nomes de Nelson Mandela e Chico Mendes. O Chico era um herói para nós, na minha vida estudantil na Inglaterra", disse o roteirista Paul Heritage à BBC Brasil.
Um militante que busca usar arte e cultura como agentes de transformação, Heritage trabalha há três anos com jovens da favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, no projeto musical AfroReggae, que ele já trouxe para Londres.
"Estamos trazendo as lendas amazônicas, celebrando a cultura popular brasileira e repetindo os ensinamentos de Chico Mendes", disse Heritage.
"Chico Mendes tem tudo a ver com a nossa vida hoje. Ele mostrou que a ação individual faz uma diferença. Isso é uma boa lembrança, 20 anos após a morte dele".
"Mas a grande mensagem dessa peça, acima de tudo, está no jeito como ela foi feita, na forma como a cultura popular brasileira incita a uma participação, leva as pessoas a trabalharem juntas para criar alguma coisa".
E o caldeirão cultural de Paul Heritage não é para puristas. Desprezando regionalismos, a lenda do boto cor-de-rosa se mistura a rituais folclóricos como a dança do bumba-meu-boi e as quadrilhas das festas juninas, tudo ao som de música composta pelos brasileiros radicados em Londres Adriano Adewale, Felipe Karam, Anselmo Netto e Gui Tavares.
"Os ingleses também têm direito de fazer sua antropofagia", disse o cenógrafo Gringo Cardia à BBC Brasil.
Magia e Transformação
Para os cenários e adereços, Cardia optou por materiais reciclados, lixo, lona, madeira, plástico e papel. O palco em forma de arena é dominado por uma árvore gigantesca que sai do centro do tablado. Ao lado da árvore, quatro lagos de água escura.
Espetáculo conta com atores britânicos e brasileiros |
Para ele, a peça Amazônia ganhou um significado especial por ser apresentada no Natal.
"É legal trazer para um espetáculo de Natal, que é para a família, a questão da floresta. Juntar a magia da floresta, da natureza, com a consciência", disse Cardia.
"Para que a criança saiba que tem gente querendo destruir a floresta, para que ela saiba que tem heróis na floresta, pessoas que deram a vida para que a floresta possa viver. Através da magia, trazemos a consciência".
Entre os vários projetos de Gringo Cardia está a escola Spetaculu, fundada por ele, onde crianças do subúrbio do Rio estudam cenografia. Nesta parceria com os britânicos, Cardia também dá ênfase ao aspecto social.
"A Inglaterra tem muito interesse em conhecer a floresta e trazer a questão da Amazônia para o centro da discussão".
"Quando se trata de projetos sociais, de revitalização da auto-estima, o Brasil é um exemplo para o mundo. Somos um país onde há muita coisa errada e muito sofrimento, mas também há muita resistência, e a Inglaterra vira um espaço onde podemos mostrar essas coisas e discutir isso tudo. A transformação começa disso, não?", sugere Cardia.
Paul Heritage, cuja parceria artística com Gringo Cardia já dura dez anos, não tem dúvida de que projetos como esse podem ajudar a transformar não apenas a Amazônia, mas o mundo. Apontando para as filas de crianças chegando ao teatro para assistir ao espetáculo, ele disse:
"Você está ouvindo o barulho das crianças entrando no teatro? O que precisamos para resolver os problemas do mundo, não só da Amazônia, é esse riso, esse prazer de estar vivo, compaixão e amor. As crianças estão muito estimuladas pela questão do meio ambiente. Elas já sabem o que é preciso fazer para salvar o mundo".
O espetáculo Amazônia fica em cartaz em Londres até o dia 24 de janeiro.
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