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Príncipe bilionário e chefe da Guarda Nacional da Arábia Saudita são presos



Stephen Kalin e Katie Paul - Repórteres da Reuters

Autoridades sauditas prenderam um bilionário investidor global e o chefe da Guarda Nacional como parte de uma ação de combate à corrupção, consolidando o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman no poder. A informação é da agência Reuters.

O bilionário Alwaleed bin Talal, sobrinho do rei saudita e dono da empresa de investimentos Kingdom Holding, estava entre os 11 príncipes, quatro ministros e dezenas de ex-ministros detidos.

A ação contra a elite política e empresarial também atingiu o chefe da poderosa Guarda Nacional, o príncipe Miteb bin Abdullah, que foi preso e substituído pelo príncipe Khaled bin Ayyaf.

As investigações e prisões consolidam o controle do rei Salman sobre as instituições de segurança, que anteriormente haviam sido lideradas por ramos separados da família.

A notícia sobre as prisões circulou nas primeiras horas deste domingo (5), após o rei Salman decretar a criação de um comitê anticorrupção presidido por seu filho favorito de 32 anos, o príncipe Mohammed, que acumulou poder desde que saiu do anonimato, há menos de três anos.

O novo órgão recebeu amplos poderes para investigar casos, emitir mandados de prisão, restringir viagens e congelar ativos. "A pátria não existirá a menos que a corrupção seja desarraigada e os corruptos sejam responsabilizados", diz o decreto real.

Motivações políticas

Segundo analistas, a ação vai além da corrupção e teria como objetivo remover a potencial oposição ao príncipe Mohammed, que defende uma ambiciosa e polêmica agenda de reformas.

Em setembro, ele anunciou que a proibição do direito de dirigir das mulheres poderia ser revogada, tentando romper décadas de tradição conservadora ao promover entretenimento público e visitas de turistas estrangeiros.

Em relação à política econômica, o príncipe Mohammed cortou os gastos em algumas áreas e planeja uma grande venda de ativos do Estado saudita.

"A repressão mais recente rompe com a tradição de consenso dentro da família dominante, cujos funcionamentos internos secretos são equivalentes aos do Kremlin na época da União Soviética", escreveu James Dorsey, professor sênior da Escola S. Rajaratnam de Estudos Internacionais, de Singapura.

"O príncipe Mohammed, em vez de forjar alianças, estende seu controle de ferro para a família dominante, os militares e a Guarda Nacional para combater o que parece ser uma oposição mais ampla na família, bem como as forças armadas para suas reformas e a guerra do Iêmen ", disse Dorsey.

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