Sábado, 1 de dezembro de 2007 - 10h23
O Brasil está conquistando novos mercados para a carne bovina, e a particiação da Rússia no resultado das exportações é crescente. A tendência é de ampliação nos negócios, já que a produção russa cresce apenas 3% ao ano, enquanto o consumo avança 10%. Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as importações totais do produto pelo governo russo devem subir de 720 mil toneladas em 2007 para 990 mil toneladas em 2008. A análise faz parte dos Indicadores Pecuários, pesquisa feita pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea).
A Rússia está em busca de carne com preços menores que os praticados na União Européia, devido ao forte crescimento da indústria de fast food, capitaneada pela rede McDonalds. Segundo o diretor de qualidade da rede na Europa, Ignácio Blanco-Traba, a carne do hamburger consumido pelos russos vem do Mercosul, tendo como maior fornecedor o Brasil, por apresentar baixa contaminação e boa padronização.
De janeiro a outubro deste ano, 32% do volume e 25% do valor da carne bovina exportada pelo Brasil tiveram a Rússia como destino, totalizando US$ 735,6 milhões no acumulado de 10 meses um crescimento de 41,5% em relação ao mesmo período do ano passado. Em volume, o total é de 361,6 mil toneladas, 64% a mais do que foi registrado de janeiro a outubro de 2006.
Ameaças
Alguns fatores, no entanto, podem acarretar perda de mercado para o Brasil. Um deles é a possibilidade de o real se valorizar frente ao rublo (moeda russa). Isso tornaria a carne brasileira mais cara e abriria espaço para a concorrência. Soma-se a isso o fato de a Rússia ter feito uma série de acordos com os Estados Unidos para liberar a importação de carne norte-americana, o que também pode fazer o Brasil diminuir a participação no mercado russo.
Outro dado apontado no estudo da CNA/Cepea mostra que o Custo Operacional Efetivo (COE) e o Custo Operacional Total (COT) permaneceram em alta em setembro, chegando a 0,5% e 0,6%, respectivamente. No acumulado do ano, a variação do COE está em 8,4%, e o COT, no qual estão incluídos gastos com manutenção e depreciação de máquinas e implementos, registra variação de 8,88%. O aumento do COT em setembro está atribuído principalmente à valorização do salário mínimo em São Paulo.
Mato Grosso, Paraná e Tocantins apresentaram baixa em setembro tanto no COE quanto no COT. Já o preço da arroba do boi gordo, depois de vários meses de alta em 2007, caiu 4% em setembro. As maiores desvalorizações foram registradas em Minas Gerais (6,06%), Goiás (5,08%) e Mato Grosso do Sul (4,88%). No ano, a variação da arroba é positiva, de 16,38%.
Fonte: CNA
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