Terça-feira, 21 de julho de 2015 - 13h15
Maiana Diniz – Repórter da Agência Brasil
As agências espaciais russa (Roscosmos) e norte-americana (Nasa) estão estudando, em parceria, os impactos das mudanças no fluxo dos fluidos corporais para a parte superior do corpo durante voos no espaço. Um dos objetivos é explicar como essas alterações afetam a visão. De acordo com informações do site da Nasa, mais de dois terços da tripulação espacial da agência experimentam mudanças oculares na gravidade zero.
A Investigação das Mudanças nos Fluidos é parte de uma série de pesquisas está sendo conduzida pela Roscosmos e a Nasa desde março de 2015, quando o astronauta americano Scott Kelly (twitter: e o cosmonauta russo Makhail Komienko foram morar por um ano na Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), o dobro do tempo habitual neste tipo de viagem.
O objetivo do estudo é ampliar o conhecimento dos efeitos de longos períodos no espaço na saúde dos astronautas e entender como funciona a adaptação. Ao site da Nasa, o pesquisador Michael Stenger declarou que o estudo é complexo e está envolvendo inúmeros institutos de pesquisa e universidades, sendo o maior esforço desse sentido de todos os tempos.
A expectativa é que os resultados ajudem na preparação para a jornada humana a Marte, que está sendo planejada pela Nasa. A viagem para o planeta vermelho pode durar até 30 meses, e estar por tantos meses sem gravidade é um desafio para o corpo humano, por isso o estudo é tão importante.
Os pesquisadores estão fazendo testes para saber se a mudança dos fluidos corporais para a parte superior na gravidade zero explica o aumento da pressão intracranial e a diminuição da capacidade visual dos astronautas nessas circunstâncias. Também está sendo testada a possibilidade de fazer com que os fluidos retornem para a parte inferior do corpo usando uma roupa especial de pressão negativa nos membros inferiores, criada pelos russos.
Os desafios da maior investigação sobre o tema também incluem problemas de logística na Estação Espacial Internacional. Os dois países tiveram que levar grandes equipamentos médicos para a ISS para viabilizar os estudos. O maior problema é que a roupa criada pelos russos, chamada Chibis, está grudada no módulo russo da Estação, e os equipamentos norte-americanos, também necessários para os testes, estão sendo movidos do módulo oposto da Estação.
Segundo a Nasa, a complicação vale a pena, porque os resultados obtidos podem ser revolucionários e beneficiar não somente astronautas como também pacientes na Terra.
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