As autoridades russas estenderam por mais dois anos o pedido de asilo do ex-analista de sistemas da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) que vazou milhares de documentos sigilosos dos Estados Unidos à imprensa, Edward Snowden, no país.
O anúncio foi feito pela porta-voz do Ministério de Relações Exteriores, Maria Zakharova, que confirmou que "a residência de Snowden na Rússia foi estendida por mais alguns anos."
Zakharova respondeu assim ao ex-vice-diretor da CIA Michael Morell, que tinha afirmado em uma coluna para o site "The Cipher Brief" que o presidente russo, Vladimir Putin, poderia extraditar Snowden para os Estados Unidos como um "presente" ao mandatário eleito Donald Trump pela sua posse, que acontecerá nesta sexta-feira, dia 20.
"A essência do que este homem da CIA está propondo é a ideologia da traição. Você deixou escapar, Mr. Morell, que para a sua agência é bem normal oferecer pessoas como presentes e de desistir de quem precisa de proteção", disse a porta-voz da Chancelaria russa.
A notícia do aumento da residência de Snowden no país vem um dia após o atual presidente norte-americano, Barack Obama, ter comutado a pena de Chelsea Manning, a ex-soldado transgênero que foi condenada a 35 anos por ter vazado milhares de documentos ao site "Wikileaks", e do ex-analista ter comemorado a decisão e agradecido o mandatário por ela.
Snowden chegou a Rússia em 2013 de Hong Kong e teve seu passaporte norte-americano confiscado. Ele ficou em um aeroporto da nação semanas antes do governo russo ter concedido o seu pedido de asilo. Em agosto de 2014, o ex-funcionário da NSA recebeu a permissão de residência de 3 anos.