Quinta-feira, 21 de dezembro de 2017 - 19h11
Sputnik Brasil - Os partidos pró-independência tiveram a maioria absoluta com um total de 70 das 135 cadeiras disputada nas eleições, de acordo com dados oficiais de 95% dos votos contados.
No entanto, foi o partido pró-sindicalista Cidadãos que foi o mais votado, liderando a alternativa sindicalista com 36 assentos.
No bloco pró-independência, os resultados contabilizados dão 34 deputados ao Juntos pela Catalunha Per Catalunya, do ex-presidente catalão Carles Puigdemont; 32 para Esquerda Republicana da Catalunha (Esquerra Republicana) e 4 para a Candidatura da Unidade Popular (CUP).
Em outubro, os catalães votaram pela separação da Espanha e declararam a Catalunha um estado soberano. Madri respondeu com força decisiva ao declarar o referendo regional ilegal, dissolvendo o parlamento regional separatista, prendendo a maioria dos líderes pró-independência da Catalunha e empurrando o presidente Carles Puigdemont a fugir da nação, além de pedir uma eleição antecipada para dezembro.
Leia matéria anterior do 247 sobre o assunto:
Em uma eleição com participação de mais de 80% do eleitorado, a Catalunha parece ter devolvido o poder regional ao bloco de partidos independentistas que governava até a intervenção de Madri, em novembro. Segundo a apuração parcial, o partido de centro-direita Ciudadanos teria alcançado a maioria dos votos, mas as três legendas secessionistas estariam próximas de conseguir 68 cadeiras e ter maioria no Parlamento.
Pelo voto, a Catalunha tentou nesta quinta-feira (21) sair da maior crise política de sua história contemporânea. Sob intervenção direta de Madri há 50 dias, desde a destituição do governador separatista Carles Puigdemont, o fechamento do Parlamento e a anulação da autonomia regional, 5,3 milhões de eleitores poderão escolher o novo líder político da Catalunha. A candidata de centro-direita Ines Arrimadas e o esquerdista Oriol Junqueras são favoritos.
A eleição ocorre em um clima enso, após a prisão de vários políticos da região. Junqueras, ex-vice de Puigdemont e líder do partido Esquerda Republicana Catalã (ERC), não pôde fazer campanha por estar preso, acusado pela Justiça de rebelião contra a segurança nacional e desvio de verbas públicas. Com a polarização entre independentistas e unionistas, a campanha se tornou um plebiscito informal sobre a independência.
Chave para o resultado do pleito, a participação começou alta, com filas nas seções eleitorais, e pode chegar a recorde histórico na Espanha. A mobilização acontece em razão da gravidade da crise política e institucional, a pior do país desde o período da redemocratização, entre 1978 e 1981.
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