Mais de 4,7 mil pessoas, a maioria jihadistas, já morreram na Síria devido aos bombardeios da coligação internacional, que começaram há um ano e sete meses, segundo dados divulgados hoje (23) pelo Observatório Sírio de Direitos Humanos.
Entre os 4.742 mortos, pelo menos 391 eram civis e destes 99 eram menores de idade e 67 mulheres.
As vítimas eram, na maioria, das províncias de Al Hasaka, Al Raqa, Alepo e Idleb, e Deir al Zur.
O Observatório, que tem sede em Londres e uma ampla rede de ativistas na Síria, indicou que 64 civis morreram numa única operação da coligação na noite de 30 de abril de 2015 em Bir Mahali, no norte da província de Alepo.
Os números contrastam com os divulgados ontem (22) pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, que dirige a coligação e admitiu ter matado 20 civis em vários ataques aéreos no Iraque e na Síria, entre setembro e fevereiro passados.
Os dados norte-americanos elevariam para 41 o balanço total de mortos civis em no Iraque e na Síria desde o início da campanha militar contra o grupo extremista autodenominado Estado Islâmico, segundo a contagem de Washington.
Por sua vez, a página de internet Airwars, que rastreia e compila dados dos bombardeios da coligação no Iraque e na Síria, estima que os civis mortos nos dois países sejam cerca de 1,1 mil.
Quanto às mortes de ativistas do Estado Islâmico, o Observatório indicou que em um ano e sete meses de bombardeios, 4.195 membros do grupo extremista morreram. A maioria era de nacionalidade estrangeira. Entre estes combatentes, figuram dezenas de líderes do grupo terrorista, como o comandante militar Abu Omar al Shishani.
Os bombardeios também causaram a morte de pelo menos 136 combatentes da Frente al Nusra, filial a Al Qaeda na Síria, e dez combatentes do grupo islamita Yaish al Suna.
O Observatório acredita que o número de mortos entre os grupos extremistas é maior que o anunaciado, por causa da proibição de informações imposta pelos jihadistas sobre mortes em suas organizações.
A coligação liderada pelos Estados Unidos e formada por mais de 60 países começou a bombardear as sedes do Estado Islâmico alguns meses depois de o grupo proclamar, em junho de 2014, um califado nas vastas zonas sob seu controle na Síria e no Iraque.