O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse hoje (30) que a China pode ter invadido e-mails de democratas para influenciar as eleições presidenciais norte-americanas de 2016, contrariando a visão de autoridades de inteligência do país que atribuíram a Moscou esse papel.
Em transcrição de entrevista publicada neste domingo, Trump não fornece qualquer evidência que corrobore suas alegações, feitas inicialmente às vésperas da eleição de 8 de novembro, de que a China teria invadido os e-mails de seus rivais.
"Se você não pega o invasor no ato, é muito difícil dizer quem foi o autor da invasão", afirmou em entrevista ao programa Face the Nation, da emissora CBS. "Poderia ter sido a China, poderiam ser muitos grupos diferentes."
Moscou
Os hackers abalaram a campanha presidencial ao tornar público e-mails constrangedores enviados por assessores da candidata democrata, Hillary Clinton.
Trump vem desconsiderando declarações de autoridades de inteligência de que Moscou teria invadido os e-mails para ajudar o magnata a vencer as eleições. No debate presidencial com Hillary, ele disse que a China era um dos muitos atores que poderia estar por trás da invasão.
Nas últimas semanas, contudo, o presidente norte-americano minimizou as críticas às políticas comerciais chinesas, enquanto Washington busca o apoio de Pequim para dissipar tensões militares com a Coreia do Norte.
Antes de eleito, Trump havia prometido melhorar as relações com Moscou. A Rússia negou qualquer envolvimento no caso. Parlamentares atualmente investigam se a equipe de campanha de Trump teria ligações com a Rússia.