Sexta-feira, 11 de julho de 2014 - 08h37
Da Agência Lusa
A Anistia Internacional (AI) informou hoje (10) que dispõe de provas “contundentes” sobre espancamentos, sequestros e outras formas de tortura praticadas contra ativistas, manifestantes e jornalistas nos últimos três meses no Leste da Ucrânia.
No documento Sequestros e Tortura no Leste da Ucrânia, a organização detalha os resultados das investigações feitas durante “viagem recente a Kiev e ao Sudeste do país”.
Em comunicado, a AI acrescenta que o relatório traz denúncias de sequestros e torturas cometidos por grupos separatistas armados e por forças partidárias de Kiev.
“Com o sequestro de centenas de pessoas ao longo dos últimos três meses, é chegada a hora de analisar o que ocorreu e de travar essa abominável prática”, disse o subdiretor da Anistia para a Europa e Ásia Central, Denis Krivosheev, citado na nota.
A grande maioria dos sequestros é cometida por separatistas armados, que submetem suas vítimas a “agressões e torturas repugnantes”, indicou, lembrando que há provas de que “as forças partidárias de Kiev” são responsáveis ainda por “um número menor de abusos”.
Segundo a AI, não existe uma lista “completa ou fidedigna” sobre o número de sequestros, embora o Ministério do Interior estime em cerca de 500 os casos ocorridos entre abril e junho.
A Missão de Controle da Organização das Nações Unidas na Ucrânia indicou 222 sequestros no mesmo período, destaca a Anistia.
Segundo a AI, nas regiões orientais de Donetsk y Luhansk, dominadas por grupos pró-russos, os sequestros visaram não só aos integrantes da polícia, do Exército e do governo local, como também aos jornalistas, ativistas, manifestantes e empresários.
Diante dos abusos cometidos por grupos leais ao governo democrático de Kiev, a Anistia Internacional refere-se à existência de associações de “autodefesa”, que estariam implicadas nos casos de “maus tratos”
Nesse sentido, a organização pede ao governo ucraniano que crie um “registro único, frequentemente atualizado”, que reúna as denúncias de sequestros. Pede ainda que investigue “a fundo e imparcialmente” cada caso de “uso excessivo de força, maus-tratos ou tortura”.
Fonte: Agência Brasil
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