Domingo, 6 de abril de 2008 - 16h23
Adital - Mais de 40% das crianças menores de 5 anos na América Latina não têm acesso adequado a saneamento. Cerca de 20 mil delas morrem anualmente antes de completar essa idade em conseqüência de doenças desenvolvidas pela falta de saneamento. Os dados são do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).
Para Ann Veneman, diretora executiva do Unicef, "a ausência de saneamento adequado tem sérios impactos sobre a saúde e o desenvolvimento social, especialmente para as crianças. Os investimentos na melhoria do saneamento acelerarão o progresso até o alcance dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e salvarão vidas".
Na América Latina e no Caribe, 124 milhões de pessoas não possuem instalações de saneamento melhorado. Assim, elas são obrigadas a usar meios como a defecação ao ar livre e instalações deficientes para a disposição de suas excretas. Só 14% das águas residuais da região são tratadas, enquanto 40% dos resíduos sólidos não são dispostos adequadamente, contaminando a terra e os corpos d’água.
A falta de saneamento afeta não apenas às pessoas que vivem em áreas carentes desses serviços, e sim a toda a sociedade, pois mais de 75% das águas residuais do mundo são jogadas no meio ambiente sem tratamento algum, contaminando as mesmas fontes de águas que usamos para beber.
Por ano, no mundo mais de 200 milhões de toneladas de dejetos humanos ficam sem ser coletados, nem tratados. Unicef chama os Estados a promoverem o saneamento também nas escolas, pois beneficia a aprendizagem e a saúde da infância.
"A falta de instalações de saneamento limpas, separadas e privadas nas escolas é uma das razões pelas quais as crianças, especialmente as meninas em etapa de puberdade, são relutantes em ir para as escolas", disse o Fundo.
O saneamento melhorado tem efeitos positivos, ainda, no crescimento econômico, na redução da pobreza e significa menor degradação ambiental. Segundo um estudo da Organização Mundial da Saúde, cada dólar investido para melhorar o saneamento para alcançar a meta traçada pelos Objetivos do Milênio gera, em média, um beneficio econômico de US$ 12.
"O custo aproximado de US$ 800 milhões de dólares por ano para reduzir pela metade a proporção de pessoas que não contam com saneamento básico antes de 2015 é modesto e possível de assumir. Caso mantido esse mesmo investimento, poderia alcançar o saneamento básico universal em uma ou duas décadas", acrescentou o Unicef.
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