Dada a repercussão do pedido de envio de força – a Polícia Federal – para conter a violência em Ariquemes, feito ao ministro da Justiça, Tarso Genro, pelo deputado federal Ernandes Amorim (PTB), novo relato minucioso da situação foi feito pelo parlamentar ao ministro, essa semana, em Brasília, onde se atesta que a causa – tese de Amorim – que deu origem à escalada da violência em sua região, com assassinatos periódicos, destruição de bens públicos e barbárie de toda espécie, teve início às vésperas das eleições municipais de 2004, com o atentado a fogo a sede da Prefeitura Municipal.
“O processo teve o seu início as vésperas da eleição municipal em 2004, com o atentado a fogo a sede da Prefeitura Municipal, a intervenção do aparelho policial do Estado, Polícia Militar, Civil, inclusive o Exército e a própria Polícia Federal, em nada resultou, a não ser constrangimento aos eleitores no dia da eleição, nada foi apurado, apesar das evidências e denúncias. Muito pelo contrário, o que restou da nebulosa ação, foram várias acusações, atentados a bala em residências, como foi o caso do senhor Adgar Resende, atacado a balas por dois indivíduos em uma motocicleta”, relata Amorim ao ministro.
Amorim alega ter procurado o Ministério da Justiça para que o caso não “caia na vala do esquecimento”, como caso rotineiro e impune e que no futuro o caso não se repita, principalmente com as proximidades de ano eleitoral.
“Percebe-se que existe uma visível intenção de que o caso caia na vala do esquecimento, e que nas próximas eleições o fato se repita, já como um fato rotineiro e impune, conspurcando o processo eleitoral”, se justifica o deputado.
Amorim reiterou ao ministro, as conseqüências dessas intimidações e atentados em série que culminou com o assassinato de Adgar Resende e contou que no dia três de agosto passado, um pistoleiro foi preso e teria confessado ter recebido R$ 3 mil para matar Adgar.
“E já na prisão o processo de barbárie teve andamento com a agressão covarde ao pistoleiro que teve seus dois olhos perfurados, sem que ninguém saiba o autor da agressão, e nem do seu mandante. Em que pese a minha ação pessoal, denunciando os fatos, pedindo providências às autoridades do Estado, até a presente data não temos conhecimento de nenhuma ação efetiva para desvendar a autoria ou os mandantes do atentado”, afirma o parlamentar;
Ainda de acordo com relato de Amorim ao ministro, outras pessoas foram vítimas de atentados, caso de Dona Cleir, que jurada de morte teve que se mudar de Ariquemes. “Por essa razão, deposito no Ministério da Justiça e em sua força, a Polícia Federal, diligências que esse caso requer para se dar cabo a essa escalada da violência que tanta dor tem causado às famílias em Ariquemes e em nosso Estado”, clama Amorim ao ministro Tarso Genro.
Fonte: Yodon Guedes
Domingo, 24 de novembro de 2024 | Porto Velho (RO)