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Campanha de medula bate recorde: Ji-paranaenses doam esperança de vida


  

Sensibilizados com o chamado do Hospital do Câncer de Barretos (HCB) e do Grupo de Apoio aos Portadores de Câncer de Ji-Paraná (GAPC) a população do município está comparecendo em massa aos postos de cadastramento da Campanha de Doadores Voluntários de Medula Óssea, iniciada na última segunda-feira. Em apenas três dias de campanha já foram cadastrados 5.062 doadores, e segundo a direção do GAPC este número já é recorde em relação aos outros municípios rondonienses. 

O HCB já realizou campanha em Vilhena (6.002 doadores), Rolim de Moura (3.840), Colorado do Oeste (1.760 doadores), Cerejeiras (1.946 doadores) e Cacoal (6.610). “Estamos muito felizes com o resultado de todo o Estado, principalmente de Ji-Paraná, estou impressionada com a solidariedade do povo daqui. Ser um doador de medula é doar vida. Quando um paciente necessita do transplante de medula é porque não há outro tratamento que possa salvar sua vida, ele depende exclusivamente desta doação. Infelizmente ainda é muito difícil achar um doador compatível fora da família, por isso é importantíssimo que o maior número possível de pessoas esteja cadastrada para doação”, explicou Naima Katib, assistente social e Coordenadora da Campanha do HCB. 

Segundo dados do HCB, atualmente a probabilidade para se encontrar um doador 100% compatível, fora da família do paciente, é de uma para um milhão. Toda essa dificuldade é maior no Brasil por causa da miscigenação racial. Atualmente o nosso país é responsável por um milhão e trezentos mil cadastros de pessoas doadoras de medula óssea, enquanto os Estados Unidos possui um cadastro com 11 milhões de pessoas. Os nossos números ainda são muito baixos, principalmente quando constatamos que apenas 25% das pessoas que necessitam de transplante de medula óssea encontram um doador compatível. Mais de duas mil pessoas estão atualmente procurando um doador para realizar o transplante. O Estado de Rondônia está em segundo lugar entre os demais a enviar pacientes com câncer para tratamento no HCB. O medo, a falta de incentivo e de conhecimento em relação ao processo de doação, contribuem para que algumas pessoas decidam por não ser doador. 

A campanha no município está acontecendo com apoio da Prefeitura Municipal, através da Secretaria de Saúde. “Agradecemos a colaboração de todos os ji-paranaenses, estamos orgulhosos do nosso município. Ações como esta sempre terão sempre total apoio da Prefeitura Municipal”, afirmou o Secretário de Saúde, José Batista. 

A campanha segue até o próximo sábado (17), com pontos de cadastramento distribuídos pelos dois Distritos de Ji-Paraná além de uma unidade móvel que está realizando o trabalho junto a empresas e escolas do município. No sábado, o encerramento da campanha acontecerá no Parque de Exposições Hermínio Victorelli, onde uma grande equipe estará trabalhando no cadastramento de doadores voluntários durante a apresentação do Padre Reginaldo Manzoti.

Quem pode ser um doador?

Pode ser doador todo o cidadão na faixa etária entre 18 a 55 anos, que não seja portador de HIV e não tenha passado por tratamento para câncer com quimioterapia ou radioterapia. No momento do cadastramento é coletado apenas 5 ml de sangue que é enviado para realização do mapeamento genético. Em seguida este cadastro é enviado para o Redome, local onde os pacientes procuram por doadores competíveis. Somente depois de detectada a compatibilidade entre um doador e o paciente é que é realizado o transplante.
Há algum risco à saúde do doador?

Naima explica que não há nenhum risco para o doador, que o procedimento para retirada da medula é simples. Pode ser feita pelo sangue por meio intravenoso, ou é retirado da região posterior da bacia e não da medula espinhal como pensam algumas pessoas. É realizada retirada de apenas 10% do total da medula, e é feito com anestesia para que o doador não sinta dor. O que é retirado é reposto pelo nosso organismo em apenas 72 horas, não havendo prejuízo algum para a nossa saúde.

Quem necessita de transplante de medula?

Segundo Naima, os pacientes que necessitam de transplante são aqueles com leucemia e aplasia medular. Quando chegam ao estágio de tratamento onde é indicado o transplante, a vida dessas pessoas depende exclusivamente de se encontrar um doador compatível.

Fonte: Adriana Albuquerque

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