Segunda-feira, 17 de setembro de 2018 - 13h34
Com o objetivo de alertar a população sobre o suicídio, a Prefeitura de Ji-Paraná aderiu à Campanha Setembro Amarelo. Um pit stop foi realizado hoje (17), pela manhã na Avenida Marechal Rondon, Primeiro Distrito da cidade. Equipes da Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) distribuíram panfletos sobre a prevenção do suicídio, um ato considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como questão de saúde pública.
Segundo o coordenador do Centro de Atenção Psicossocial (Caps), Relrisson de Souza Soares, o objetivo da campanha é alertar a população sobre o problema que tem se agravado nos últimos anos. “De acordo com a OMS, a cada 40 segundos uma pessoa tira a própria vida em algum lugar do mundo. Por isso precisamos falar sobre isso, orientar as pessoas para que procurem ajuda”, enfatizou o coordenador.
Em Ji-Paraná as pessoas podem procurar o Caps, que fica localizado próximo ao Hospital Municipal Claudionor Roriz, no bairro Dom Bosco. Equipes de médicos e enfermeiros especialistas em psiquiatria e assistente social atendem de segunda a sexta-feira.
Cerca de 800 pessoas de Ji-Paraná e outros 14 municípios da Região Central de Rondônia, são atendidas todos os meses no Centro de Atenção Psicossocial. Cerca de 10% desse número são de pessoas que apresentaram indícios de suicídio. O Centro oferece atendimento imediato com os profissionais para estes pacientes.
“Além do atendimento com o médico psiquiatra e enfermeiros, oferecemos também oficinas com terapias ocupacionais. Eles fazem cursos de pintura, bordado e canto. Levamos esses pacientes ao cinema, shopping e fazemos piquenique. A intenção é que essas pessoas voltem a sentir vontade de viver”, explicou o coordenador.
O médico Wendell Jânio de Oliveira, explica que os casos de atendimento mais frequentes são depressão, bipolaridade, síndrome do pânico, esquizofrenia, surto psicótico, ansiedade, alcoolismo e dependência física. Em casos de pensamentos sobre suicídio, geralmente o paciente acredita não ter mais esperança ou sentido de vida.
“Esses transtornos emocionais não surgem do nada. A família deve ficar atenta em relação ao comportamento e precisa falar sobre o assunto. A orientação, a atenção e o tratamento médico adequado são fundamentais. Existia no passado um pensamento de que quanto mais falasse sobre o suicídio, mais seria incentivado. Pelo contrário, na prática percebemos que divulgar sobre o problema, faz com que a pessoa procure ajuda”, explicou o médico
A funcionária pública Marilena Locca da Silva, de 57 anos, enfrentou uma grave depressão depois que o filho cometeu suicídio, há mais de 10 anos em Ji-Paraná. Depois do longo tratamento, ela ainda luta diariamente contra a doença.
“Eu sempre digo que perder um filho é o último estágio da dor que podemos sentir. Mas é preciso ter fé e acreditar que podemos sair do fundo do poço. Se você estiver passando por uma situação difícil, procure ajuda. Peço também às famílias que observem seus filhos. Caso tenham alguma alteração de humor, na conduta, tristeza e isolamento. A depressão vem devagar, é arrasadora e pode trazer grandes consequências. Eu digo isso porque eu não percebi que meu filho estava nesta situação, pois ele sempre foi muito alegre. Hoje, temos ainda muita dor, mas estamos conseguindo lidar melhor com tudo isso, graças a fé que temos em Deus e a ajuda médica”, finalizou Marilena.
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